Jornal Estado de Minas

ELEIÇÕES 2022

Lula faz campanha em Minas hoje, pela segunda vez no segundo turno


Minas Gerais receberá hoje, pela segunda vez no segundo turno das eleições, o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O eleitorado mineiro é foco da campanha do petista uma semana antes da decisão nas urnas para tentar neutralizar a maratona de visitas de seu adversário, o presidente Jair Bolsonaro (PL) – esteve no estado, acompanhado do governador Romeu Zema (Novo), quatro vezes.



Lula ficou à frente de Bolsonaro em Minas no primeiro turno, com 48,29% dos votos válidos, contra 43,20%. Em contrapartida, o atual presidente ganhou em Belo Horizonte por 46,60% a 42,53% e buscou fortalecer o eleitorado da capital mineira com três visitas na cidade. Montes Claros e Juiz de Fora também estiveram na rota do candidato à reeleição.

O petista fez o primeiro ato de campanha após o primeiro turno na capital mineira no domingo (9/10), com caminhada que saiu da Praça da Liberdade e terminou com discurso na Praça Tira- dentes. Desta vez, ele também passará pelo interior de Minas.

Hoje, Lula vai a Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, acompanhado pela senadora Simone Tebet (MDB),  candidata à Presidência no primeiro turno, quando ficou em terceiro lugar; fará caminhada na cidade, a partir das 10h. O local escolhido foi a Praça da Imigrantes, no Centro. No mesmo dia, eles estarão em Juiz de Fora, na Zona da Mata. O ato será realizado na Avenida Francisco Bernardino, próximo à Rua Benjamin Constant.





Amanhã, às 9h, o petista e a emedebista vão a Venda Nova, também na capital, para mais uma caminhada. A concentração será na Rua Padre Pedro Pinto, 6.711, em frente ao Banco do Brasil. O destino final será Justinópolis, em Ribeirão das Neves.

Vídeos


O PT começou a divulgar uma série de vídeos de campanha pelas redes sociais direcionados ao eleitorado de Minas Gerais. O apoio do governador re-     eleito Romeu Zema (Novo) à reeleição de Bolsonaro pode impactar os eleitores, e o PT está atento a essa possibilidade. Em um dos vídeos, de 17 segundos, Lula afirma que vai trabalhar junto ao governador, caso seja eleito, desconsiderando as questões partidárias.

“Meus amigos e minhas amigas, a independência é a grande marca de Minas. Vocês escolheram livremente seu governador, e é com ele que eu vou trabalhar como sempre trabalhei, independentemente dos partidos. Vamos juntos por Minas e pelo Brasil”, diz Lula em uma peça de campanha, que também pode ser usada em televisão e rádio.





Zema teve como nome à Presidência da República no primeiro turno o correligionário Felipe d'Avila (Novo), que teve somente 0,47% dos votos e ficou na sexta posição. Dois dias depois do primeiro turno, ele anunciou que trabalharia ao lado de Bolsonaro para alavancar a votação em Minas no segundo turno. O governador se tornou o coordenador da campanha de Bolsonaro no estado e, desde então, participou de todos os atos ao lado do atual presidente em solo mineiro.

Segurança

Lula fez campanha ontem em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Ele disse que pretende criar o Ministério da Segurança Pública, se eleito, com foco no combate ao tráfico de armas e drogas na região de fronteira. “Nós vamos ter que construir policiais especiais, uma nova polícia nacional que possa dar conta do recado”, disse à imprensa no Rio de Janeiro. Lula destacou ainda a necessidade de aumentar o controle sobre a venda de armas.

“Nós, com o Ministério da Segurança, vamos estabelecer um novo padrão de controle. Não é possível que a gente não tenha nenhum controle das armas que são vendidas nesse país”, acrescentou.





Segundo ele, as medidas que facilitaram o acesso a armas e munições nos últimos anos acabaram beneficiando as organizações criminosas. “O que nós estamos vendo é o narcotráfico se preparando, se modernizando, com autorização do governo, para poder enfrentar não só a polícia, mas a tranquilidade da sociedade brasileira”, enfatizou.

O candidato defendeu ainda mudanças na atual legislação sobre drogas para evitar a criminalização de usuários. “Nós temos que aperfeiçoar as leis de drogas que foram feitas em 2008 e 2009 para que fique claro que usuário precisa de tratamento, de recuperação, de centros de excelência”, disse. Lula disse que como medida para conter o desemprego pretende retomar obras que ficaram paralisadas após a saída do PT do governo com o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. “Tem quase 13,4 mil obras que ficaram pela metade porque a Dilma foi cassada com um golpe. E essas obras precisam ser retomadas com uma certa urgência”, disse. 

Kalil critica Zema e pede voto para petista


Bernardo Estillac

O ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), que disputou o governo de Minas, voltou às atividades nas redes sociais. Em vídeo de mais de 8 minutos publicado no Instagram, ontem, ele faz críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), ao governador reeleito Romeu Zema (Novo) e pede votos para o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Kalil começa o vídeo agradecendo aos eleitores que votaram nele e lamenta ter perdido a eleição em Belo Horizonte e na região metropolitana. Ele cita derrotas específicas em Venda Nova e no Bairro Buritis, onde realizou obras para mitigar danos das chuvas. Ele também critica prefeitos que se aliaram a Zema e declararam voto em Bolsonaro.





“Muitos prefeitos que estão aí agora apoiando negação, cloroquina, foram os que eu emprestei máquinas na época da chuva, eu ajudei a região metropolitana e se duvidar eu dou nomes. Eu quero dizer que a pandemia foi um marco na nossa administração, eu até hoje não entendi por que Deus me mandou aquele negócio, mas eu quero falar que muita gente que está agora voando contra a gente é aquele pessoal que está vivo talvez porque a ciência pediu pra gente cuidar do povo. É sacanagem, é maldade”, afirmou.

Kalil afirmou também que, se eleito, Lula não negará apoio a Minas Gerais. O ex-prefeito, que foi apoiado pelo petista na campanha estadual, faz referência à expressão “Ptfóbico”, cunhada por Zema em evento ao lado de Bolsonaro. “Não vamos cair nesse conto do 'Lulafobia'. O governador está eleito legitimamente, com uma votação impressionante, e o Lula vai atender o nosso governador, sim. Porque não é o governador que está sentado lá, que é do partido A ou B não, é o governador de Minas. Minas Gerais vai ser atendida com o presidente Lula, porque ele tem compromisso com nós que estamos aqui trabalhando e lutando por dias melhores, por ação social, por emprego, pela picanha e pela cerveja”, disse.

No final do vídeo, Kalil pede votos para Lula: “Eu tô pedindo humildemente. Vamos pensar nisso, não vamos decepcionar quem está lá hoje trabalhando para as nossas cidades com o nosso bem-estar. Eu quero pensar que o voto não é no amarelo, não é no roxo, não é no vermelho, o voto é em gente. E eu garanto para vocês, o melhor presidente para nós agora é o presidente Lula”.





Pandemia

Kalil também critica Bolsonaro. O prefeito teve seu segundo mandato marcado pela adoção de medidas de isolamento social para evitar a disseminação do coronavírus e foi alvo de críticas do presidente. “Eu peço a Minas, eu peço à Grande BH: não vamos esquecer o que nós passamos. Não vamos esquecer o que nós passamos, eu não quis fechar a cidade. Eu nunca quis fechar a cidade, Contagem não quis fechar a cidade, Betim não quis fechar a cidade; ninguém quis fechar a cidade, mas quanta gente que está aí nos hostilizando está viva porque atitudes foram tomadas? Foi gente que nem sabe se estaria viva negando. Pessoal, nós empilhamos 3 mil caixões por dia nesse país e estamos esquecendo isso”, afirmou.