Ao falar a respeito do assunto, Lula fez uma referência de futebol. “Duvido que um torcedor neutro vá assistir ao jogo do Flamengo no Maracanã ou do Corinthians e fique no meio da torcida”, riu.
“Todas as pessoas são capazes de mudar de voto. Nesta eleição, está acontecendo um fenômeno: eu e meu adversário somos figuras carimbadas. Quase 98% está definido, e não muda mais de lado. Mas teve muita abstenção e muito voto nulo. Uma dificuldade que o povo sentiu foi a biometria”, afirmou. “O que estou fazendo e pedindo aos companheiros: localizar as cidades que tiveram mais abstenção e ir atrás para convencer o povo a votar”, seguiu.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 32,3 milhões de pessoas poderiam ter votado no primeiro turno, mas não foram exercer o voto.
Nas cidades em que Bolsonaro venceu no primeiro turno, em 2 de outubro, 16,4 milhões eleitores não compareceram às urnas. Já nas cidades que o ex-presidente Lula venceu na primeira etapa do pleito foram 15,9 milhões de abstenções, 2% menos que Bolsonaro.
Para Lula, a abstenção pode ter relação com a crise que vive o país. Segundo ele, muitas pessoas não foram votar porque não tinham dinheiro para o transporte.
“As pessoas não têm dinheiro para ir trabalhar. Como vão ter dinheiro para ir votar? Muita gente deixou, porque não tinha dinheiro Em 1969, trabalhava em uma fábrica e andava oito km a pé porque não tinha uma moedinha para pagar um ônibus”, concluiu.
Entrevista exclusiva
A entrevista exclusiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conduzida pelo jornalista Benny Cohen, teve transmissão do "Jornal da Alterosa" na TV Alterosa e está disponível no canal do YouTube do portal Uai.
Na quarta-feira, dia 12/10, os Associados entrevistaram, também com exclusividade, o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). A íntegra da entrevista com o candidato à reeleição está disponível neste link.