A uma semana do segundo turno, o candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – que tenta chegar pela terceira vez ao Palácio do Planalto – voltou a Minas Gerais nesta sexta-feira (21/10).
Em entrevista coletiva à imprensa em Juiz de Fora, em um hotel na avenida Presidente Itamar Franco, no Centro, o postulante ao comando do Executivo nacional criticou o plano do ministro da Economia, Paulo Guedes, de desvincular o reajuste do salário mínimo - que é a base para a correção das aposentadorias - da inflação. Na sequência, ele lembrou, nesse aspecto, a política adotada em seu governo.
"Vocês estão lembrados que no nosso governo, todo ano, o salário aumentava, e a gente dava a inflação. A gente dava o PIB dos últimos dois anos com o aumento real. Agora, é como se a pessoa que ganha um salário mínimo não precisasse de um aumento de vez em quando para continuar comprando os remédios", iniciou Lula.
Na sequência, o petista relembrou o programa social da farmácia popular, acusando o governo atual de ter acabado com o benefício. "Eram vendidos milhões de remédios a preços muito baratos. Muitos remédios, daqueles que se tomam de forma continuada, eram dados de graça. O presidente não sabe o que faz e todo dia só pensa na eleição", disse.
Ofensiva estratégica em Minas
Hoje mais cedo Lula esteve em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, acompanhado pela senadora Simone Tebet (MDB). Amanhã, às 9h, o petista e a emedebista vão a Venda Nova, também na capital, para mais uma caminhada.
O petista fez o primeiro ato de campanha após o primeiro turno na capital mineira no domingo (9/10), com caminhada que saiu da Praça da Liberdade e terminou com discurso na Praça Tiradentes.
Segundo maior colégio eleitoral do país, Minas Gerais apresentou, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um crescimento de 2,25% do eleitorado, passando a ter 16,2 milhões de pessoas aptas a votar. Em primeiro lugar está o estado de São Paulo. Logo, não é por acaso que os presidenciáveis tenham colocado cidades mineiras na rota pela busca de votos. Oponente de Lula, Bolsonaro já realizou quatro visitas a Minas Gerais após o primeiro turno das eleições.
A última aconteceu nessa terça-feira (18/10), em que o presidente voltou a repetir que a Manchester Mineira – assumiu tom simbólico nos discursos do presidente – foi o local onde ele renasceu, fazendo alusão ao atentado a faca cometido por Adélio Bispo em 2018 contra o então candidato à presidência pelo PSL.
Apesar do petista ter vencido as eleições presidenciais brasileiras no primeiro turno em Minas Gerais com 5,8 milhões de votos (48,29%), seu principal adversário político, Jair Bolsonaro (PL), que recebeu 5,2 milhões (43,6%), teve mais votos em sete das 10 cidades-polo do estado: Divinópolis, Governador Valadares, Ipatinga, Poços de Caldas, Pouso Alegre, Uberaba e Uberlândia. Além disso, o atual presidente ganhou em Belo Horizonte por 46,60% a 42,53%.
Neste pleito, o petista foi o favorito nos outros três municípios de referência em Minas: Montes Claros, Teófilo Otoni e Juiz de Fora – uma das cidades que o presidenciável tenta manter o favoritismo para o segundo turno em 30 de outubro.
Vale lembrar que esse cenário se contrapõe ao de 2002, quando Lula derrotou José Serra no primeiro e segundo turnos em todos os dez principais municípios mineiros.
O "Beabá da Política"
A série Beabá da Política reuniu as principais dúvidas sobre eleições em 22 vídeos e reportagens que respondem essas perguntas de forma direta e fácil de entender. Uma demanda cada vez maior, principalmente entre o eleitorado brasileiro mais jovem. As reportagens estão disponíveis no site do Estado de Minas e no Portal Uai e os vídeos em nossos perfis no TikTok, Instagram, Kwai e YouTube.