Ingrid Soares - Correio Braziliense
Preocupado com a má repercussão que o caso Roberto Jefferson pode ter em sua campanha à reeleição, em coletiva na chegada aos estúdios da Record onde participará de uma sabatina na noite deste domingo (23/10), o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse "não existir qualquer relação" dele com o ex-parlamentar. Para tanto, citou que em setembro, o presidente de honra do PTB entrou com uma notícia-crime contra ele no Supremo Tribunal Militar (SMU).
"Determinei que o ministro da Justiça fosse para o Rio conversar com os dois policiais e ver a situação de saúde de ambos que sofreram ferimentos por parte de Roberto Jefferson. Aqueles que insistem em dizer que o R.J. é meu aliado, lembrem que em setembro agora ele entrou com uma notícia-crime em setembro contra a minha pessoa no STM. Não existe qualquer relação minha com o Roberto Jefferson. Nunca se cogitou dele trabalhar na minha campanha. Quem age dessa maneira está mentindo", apontou.
Bolsonaro disse ser "injustificável" os ataques do ex-aliado à ministra Cármen Lúcia, mas reclamou que o mesmo não ocorreu com a filha Laura.
"Não se justifica referir a uma mulher da forma como ele se refere. É injustificável isso daí. Mas, dizer à imprensa brasileira que, há poucos dias, a senhora jornalista Bárbara se referiu à minha filha no dia que ela estava completando 12 anos como... não vou repetir o termo aqui. Lamentavelmente, o tratamento não é o mesmo, é uma menina. Também há poucos dias, a minha esposa, em Alagoas foi atacada nas redes sociais da PGR Tania como 'vagabunda'".
O chefe do Executivo afirmou ainda que "questão de ódio" não parte do bolsonarismo e atacou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmando que o petista quer tirar proveito político da situação e que não tem moral para falar sobre o caso.
"Essa questão de ódio não parte de nós, muito pelo contrário, o outro candidato aí que foge do debate, se comporta como um covarde, quer tirar proveito político disso. Esse elemento se referiu há alguns anos a várias mulheres, entre elas, uma ministra do STF como 'daquilo' duro. Ou seja, um elemento que age dessa maneira, ofendendo mulheres, não tem moral para entrar nesse episódio para acusar quem quer que seja. Nunca da minha parte houve qualquer tipo de acusação usando esses termos chulos usados por esse candidato. É um criminoso que se comporta como um oportunista agora", completou.
Após a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson, que levou mais de oito horas, Bolsonaro publicou ainda um vídeo nas redes sociais no qual afirmou que Jefferson teve 'tratamento de bandido'. O chefe do Executivo ainda se solidarizou com os policiais feridos durante a prisão do ex-parlamentar, que atirou e usou granada contra os agentes, o delegado Marcelo Vilella e a policial Karina Lino de Miranda. Os dois receberam atendimento hospitalar e tiveram alta.
Em aceno ao rompimento com o ex-presidente do PTB, na legenda do post, o chefe do Executivo intitulou o vídeo como "Prisão do criminoso Roberto Jefferson".
"Como determinei ao ministro da Justiça, Anderson Torres, Roberto Jefferson acaba de ser preso. O tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio", declarou.
Horas antes, na tentativa de desvincular sua imagem, negou que existissem fotos dele com o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB). "Não tem uma foto dele comigo", fato desmentido por imagens nas redes sociais.