Um dos religiosos do coletivo, o padre Willian Coutinho, vigário paroquial da Paróquia de São Romão, no Norte de Minas, já sentiu o efeito da forte polarização no país e da repercussão do vídeo. Com cerca de 40 mil seguidores no instagram, foi obrigado a desativar temporariamente a conta devido a ameaças. "Mais tarde, quando tudo passar, voltarei ao instagram", disse nesta segunda-feira (24).
"Falar de política e religião pode ser saudável, mas não do jeito que vem ocorrendo nos últimos meses. Muitas famílias se sentem pressionadas, intimidadas. Há um tipo de manipulação que vem de vários lados, o que não é bom para ninguém", afirma padre Willian.
No vídeo, os oito religiosos, dos quais fazem parte seculares, jesuítas, redentoristas e franciscanos, não é apontado nenhum grupo apoiador dos dois candidatos à presidência da República.
MANIPULAÇÃO
"Notícias falsas para amedrontar as famílias estão circulando. Falam em destruição das famílias, tudo isso só para amedrontar e manipular o voto", diz o padre Willian.
No vídeo, os religiosos ressaltam que a população está sendo bombardeada por notícias falsas e assediada por "visões fundamentalistas" de pastores e padres da própria Igreja. A mensagem final é que, neste momento, há questões mais urgentes no país, como a miséria. "O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo", destaca padre Willian.