As decisões municipais pela tarifa zero acompanham decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A corte referendou liminar do ministro Luís Roberto Barroso autorizando concessionárias e prefeitos a transportarem, de graça, os usuários do transporte público. A medida serve para incentivar o comparecimento às seções eleitorais.
"A notícia que eu tenho é que o governador está pedindo aos prefeitos para não ajudar os eleitores a votar. Além de ser uma ação totalmente antidemocrática, isso é um crime. O eleitor de baixa renda, do distrito, da zona rural, precisa da ajuda do poder público para exercer a sua cidadania", afirmou Silveira.
Um dos coordenadores da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), Zema tem tentado convencer prefeitos a aderir ao bloco bolsonarista. À "Folha de S. Paulo", o governador mostrou contrariedade com a concessão dos passes livres.
"É uma decisão municipal, mas a nossa orientação é essa: que se trabalhe na véspera e no dia da eleição como se trabalha o resto do ano. Se alguém está trabalhando diferente, gera suspeita", falou.
Senador diz que Zema 'pressiona' prefeitos
Segundo Alexandre Silveira, Zema tem feito pressão sobre lideranças municipais em prol da campanha de Bolsonaro."O governador tem mostrado, neste segundo turno, quem ele realmente é", protestou, para, depois, seguir criticando. "Ele enganou a população escondendo o seu voto e apoio ao atual presidente no primeiro turno para conseguir a sua reeleição com os votos de Lula. Depois, pressiona os prefeitos e a população ao querer impor a sua opinião como se ele fosse os donos dos votos, esquecendo que o mineiro é independente, inteligente e sabe comparar os candidatos".
Duelo por apoios regionais
Na semana retrasada, Zema levou Bolsonaro a um evento com centenas de prefeitos e lideranças regionais em Belo Horizonte. O ato foi organizado por Marcos Vinícius Bizarro (sem partido), presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM) e prefeito de Coronel Fabriciano, no Vale do Aço.
A despeito das articulações bolsonaristas, o grupo de Lula busca saídas para conter a ofensiva. Uma das táticas é conseguir o apoio de consórcios regionais de prefeitos e de associações locais de municípios. No Norte de Minas, por exemplo, o PT crê ter a maioria dos apoios locais.
No primeiro turno, Lula venceu Bolsonaro em Minas por uma margem de 563,3 mil votos. O petista teve 48,29% dos votos válidos, ante 43,6% do concorrente à reeleição.