O jornal The Guardian, da Inglaterra, publicou nessa quarta-feira (26/10) uma reportagem na qual destaca a força de Minas Gerais na eleição presidencial do Brasil. Este ano, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão na disputa pelo posto de governante do país pelos próximos quatro anos.
Bolsonaro e Lula em Minas, desde as presenças dos presidenciáveis até ações de apoiadores. O Guardian também apontou o histórico positivo de Minas Gerais nas disputas presidenciais.
Na reportagem, publicada no site do veículo inglês, há o destaque das campanhas de "Nenhum presidente alcançou o poder sem vencer em Minas Gerais desde Getúlio Vargas em 1950, e especialistas esperam que este ano seja o mesmo", diz trecho da reportagem, de autoria do jornalista Tom Phillips, correspondente internacional.
Desde o início da campanha eleitoral no segundo turno, Lula visitou Minas Gerais duas vezes. Em 9 de outubro, ele participou de uma caminhada por Belo Horizonte, capital mineira.
Já na última sexta-feira (21), o candidato do PT participou de atos eleitorais em Teófilo Otoni, na Região do Jequitinhonha, e Juiz de Fora, na Zona da Mata. No dia seguinte, sábado (22), Lula fez uma nova caminhada na divisa de BH com Ribeirão das Neves, cidade da Região Metropolitana da capital mineira.
Já Bolsonaro esteve no estado em cinco oportunidades: em 6 de outubro, encontrou-se com empresários da indústria; seis dias depois, o presidente participou de culto evangélico; já em 14 de outubro, Bolsonaro se reuniu com prefeitos mineiros - esses três eventos foram em BH.
Na terça-feira (18) da semana passada, o presidente fez jornada dupla em Minas: fez campanha em Juiz de Fora, na Zona da Mata, e depois partiu para Montes Claros, no Norte do estado. Já nessa quarta-feira (26), Bolsonaro fez campanha em Governador Valadares (Região do Rio Doce), Teófilo Otoni e Uberlândia (Triângulo).
A reportagem do Guardian também mostra a ofensiva de aliados dos dois candidatos em Minas. As visitas vão de atos com Michelle Bolsonaro, esposa de Jair Bolsonaro, e Walter Braga Netto (PL), candidato a vice-presidente do atual governante, até atos com Geraldo Alckmin (PSB), que compõe a chapa com Lula, e Simone Tebet (MDB-MS), que disputou a Presidência no primeiro turno e, após ficar em terceiro, aliou-se ao petista.
Disputa
O ímpeto de Bolsonaro pode ser explicado pelos resultados do primeiro turno da disputa, em 2 de outubro. Lula terminou à frente com 48,43% dos votos válidos em âmbito nacional, contra 43,20% do atual presidente.
Bolsonaro também ficou atrás do petista em Minas, com 43,6% dos votos. Lula, que presidiu o Brasil de 2003 a 2010, teve 48,29% no estado, considerado o estado "termômetro" da disputa presidencial brasileira. Outra estratégia de Bolsonaro, bem-sucedida, foi se aliar com Romeu Zema (Novo), governador mineiro reeleito em primeiro turno.
Minas, estado com mais municípios do país (853 cidades), é o segundo maior colégio eleitoral do Brasil. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram 12.655.228 eleitores no primeiro turno, atrás somente de São Paulo - com 27.189.714 votos. O segundo turno da eleição presidencial será realizado no domingo (30).