O ministro da Economia, Paulo Guedes, associou a reeleição de Jair Bolsonaro (PL) ao fim da polarização no Brasil. Em entrevista ao canal do YouTube do Grupo Suno, holding de serviços financeiros, nesta quinta-feira (27/10) ele disse que vitória do atual presidente abriria espaço para outras lideranças de direita em 2026, enquanto o triunfo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) implicaria em um retorno de Bolsonaro à disputa nas próximas eleições.
“A polarização vai acabar, Bolsonaro ganha e o Lula se aposenta, porque a esquerda já é menor do que o Lula. O Lula é uma imagem idílica do passado. O Bolsonaro não será reeleito porque ele terá dois mandatos. Então a próxima eleição já será uma eleição de centro, pacificada. Vai ser o Tarcísio (de Freitas), o Ratinho Jr., o Zema e acabou a polarização no Brasil”, disse Guedes, projetando as eleições de 2026 em um cenário com seu chefe reeleito.
Na sequência, o ministro projetou o cenário com uma vitória petista no próximo domingo (30/10). De acordo com Guedes, Lula encontraria um Congresso Nacional de oposição e Bolsonaro voltaria ao páreo para um segundo mandato.
“Na hipótese perversa de Lula ganhar uma eleição agora, vai abalar todo esse caminho da prosperidade que já está desenhado, já está contratado. Naturalmente, a centro-direita que hoje domina o Congresso vai dar a ele o mesmo aperto que nós recebemos quando chegamos lá, que não conseguíamos fazer as reformas e éramos atacados. Ele também vai ter um tempo muito difícil e depois o Bolsonaro volta para competir com Lula de novo”, projetou.
Guedes concluiu o tema dizendo que ‘quem quer sossego e paz’ deveria votar em Bolsonaro e atacou a democracia brasileira: “é um saci pererê, só pula com a perninha esquerda. Não há tolerância com ideias diferentes”.
Guedes em campanha
Na semana derradeira do segundo turno, Paulo Guedes entrou na mira da campanha de Lula. Informações divulgadas sobre planos do ministro para um eventual segundo mandato de Bolsonaro como a desindexação do salário mínimo da taxa da inflação do ano anterior e a retirada da dedução de gastos com saúde e educação do imposto de renda foram utilizadas em peças publicitárias petistas.
Guedes nega que as medidas estejam no planejamento do governo. Ele também participa da campanha de Bolsonaro viajando pelo país e conversando com lideranças do setor econômico. Nesta quarta (26/10) ele esteve em Belo Horizonte para encontro com empresários.