A definição do vencedor na eleição para a presidência da República ocorrerá na reta final da apuração neste domingo (30/10). É o que aponta o cientista político Alberto Carlos Almeida ao explicar o motivo pelo qual um pleito acirrado apresenta tendência de viradas no fim. De acordo com o especialista, uma reviravolta deve ocorrer quando 90% dos votos estiverem contabilizados.
Em áudio para o podcast "O Bastidor da Política", neste sábado (29/10), Almeida citou a tradição de alguns estados serem mais rápidos na contagem de votos do que outros. Segundo ele, isso pode dar uma vantagem inicial a Jair Bolsonaro, candidato à reeleição.
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Datafolha em Minas: Lula tem 53% dos votos válidos; Bolsonaro 47%Pesquisa Ipec, votos válidos: Lula tem 54%; Bolsonaro, 46%Datafolha: Lula tem 52% dos votos válidos no 2º turno; Bolsonaro, 48%Na sequência, os estados mais ligeiros são São Paulo e Rio Grande do Sul. No primeiro turno, a apuração também ocorreu com celeridade no Centro-Oeste.
Alberto Almeida lembrou 2014, quando Aécio Neves (PSDB) largou na frente na contagem dos votos, porém foi superado por Dilma Rousseff (PT), que venceu por 51,64% a 48,36%.
"Bolsonaro vai abrir uma vantagem no início da apuração. Quando foi em 2014, a ultrapassagem de Dilma sobre o Aécio aconteceu às 19h30. Não sabemos se vai ser por aí, não será perto das 17h, não será perto das 18h, mas haverá essa ultrapassagem", cravou o cientista político, explicando em seguida o histórico do processo no Brasil.
"O Nordeste sempre apurou mais lentamente, isso são tradições no Brasil, desde quando o voto era no papel é assim, simplemente a tradição do voto no papel se transferiu para o voto eletrônico".
"É o mesmo ritmo de apuração no voto da urna eletrônica é o que era no papel. E como você tem essa divisão geográfica do voto, o voto no PT é mais forte no Nordeste".
Conforme o analista, Lula deve reverter na reta final graças à força no Nordeste, que concentra 27,11% do eleitorado no Brasil - cerca de 42,4 milhões.
Apesar da alta atenção que os candidatos deram a Minas Gerais, Alberto Carlos Almeida acredita que o estado decisivo no segundo turno será o da Bahia.
No primeiro turno, Lula recebeu 69,73% dos votos válidos no território baiano (5.873.081), contra 24,31% (2.047.599) de Bolsonaro. O estado tem o quarto maior colégio eleitoral do país, com 11,2 milhões de votantes.