O prefeito da capital mineira, Fuad Noman (PSD), orientou os belo-horizontinos que usarão o transporte público para ir aos locais de votação que acionem a Polícia Militar caso a passagem seja cobrada. A Justiça determinou a gratuidade nos ônibus que circulam na cidade no dia da eleição para o segundo turno. No caso do metrô da capital, que também deveria circular sem a cobrança, há relatos de que essa decisão não vem sendo respeitada neste domingo. "Se alguém quiser cobrar passagem de ônibus de BH, chame a polícia e não pague", declarou ao Estado de Minas.
Em coletiva de imprensa depois de votar no centro universitário Izabela Hendrix, em Belo Horizonte, Fuad Noman também falou sobre o que espera para Belo Horizonte em relação ao presidente eleito, sobre a situação de desrespeito à determinação da passagem de graça no metrô e, revelando sua escolha por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apontou o que espera de quem vencer o pleito.
Também falou sobre a importância da população participar da eleição. "Precisamos que todas as pessoas aptas a votar venham votar. É um gesto de cidadania, uma demonstração do espírito democrático. A eleição é um momento mágico, é um momento em que cada um de nós tem o direito de intervir na história do país. Não deixem para o outro escolher para você", declarou.
O prefeito da capital lembrou o significado da liberdade de escolha. "Escolha seu candidato livremente, não deixe ninguém lhe pressionar ou oferecer favores. A votação é livre, cada um tem que ser independente pra votar no seu candidato", continuou.
Ainda em um cenário de indefinição sobre um provável vencedor, o gestor falou sobre o que espera do presidente eleito. "Seja qual for o candidato, espero que o próximo presidente tenha ações republicanas e respeite as cidades, trabalhe em conjunto com as cidades. Minha esperança é que, qualquer um dos dois, respeite BH e traga verbas para BH. Nenhum município no Brasil consegue sobreviver só com seus próprios recursos. Precisa de apoio do governo federal e do governo estadual. É impossível imaginar um presidente que dessconheça uma capital tão importante quanto BH."
METRÔ
A Justiça Federal da 6ª Região determinou que a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) oferecesse transporte gratuito das linhas de metrô de Belo Horizonte para o segundo turno das eleições. Mas eleitores que tentaram utilizar o metrô de Belo Horizonte para votar neste domingo (30/10) se surpeenderam com a cobrança de passagens, mesmo após decisão judicial.
A CBTU havia afirmado não ter sido notificada judicialmente da medida e por isso seguiu cobrando as passagens. Às 10h50 deste domingo, então, a companhia informou a ciência sobre a notificação e, depois da polêmica, a gratuidade do metrô foi liberada às 11h. A partir das 18h, o metrô retornará ao valor da passagem habitual.
Fuad Noman também opinou sobre o assunto. Para o prefeito, a cobrança, até então, foi um absurdo. Descumprir uma decisão judicial, segundo Fuad Noman, não é uma atitude democrática, e a Justiça precisa ser respeitada em todos os seus níveis, reforçou na coletiva depois de votar na capital.
"Se eu não concordo, recorro, mas não cumprir é inconstitucional. A prefeitura não tem muita ação nesse caso, porque é um órgão federal. Lamento que isso tenha acontecido, pode gerar até uma insubordinação. O sujeito pode entrar e falar, não pago, e pular a catraca. Algo que também não aconselho, porque o respeito à ordem é o principal ponto", afirmou, antes que a CBTU mudasse a decisão.
APOIO
Fuad Noman não escondeu seu apoio ao candidato petista à Presidência. Para o político, o que determinou a escolha foi o descaso que Belo Horizonte enfrentou nos últimos quatro anos. "A cidade não recebeu nenhum tostão para nada. Nós não temos uma casa popular em Belo Horizonte construída com dinheiro federal, não temos um investimento para enchentes, chuvas. Em conversa com Lula, ele prometeu uma atenção especial para Belo Horizonte. E o prefeito tem obrigação de defender a cidade, de dizer sim para quem ajuda e não para quem não ajuda."
Sobre uma eventual vitória de Jair Bolsonaro, o prefeito disse esperar dele uma postura diferente, uma decisão republicana, afinal, se for reeleito, continua Fuad, será por todos os brasileiros, e Belo Horizonte faz parte do Brasil. "Os belo-horizontinos que vão votar nele ou no adversário fazem parte da eleição e, quando você participa de uma eleição, você valida a eleição, seja quem ganhar. Se eu votei em A e ganhou B, não invalida a minha responsabilidade pela eleição dele. Democracia é assim e, logicamente, quem ganha deve ganhar para servir a todos. Espero isso dele, caso ganhe", concluiu.