A disputa do segundo turno das eleições entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), ontem, aconteceu estado a estado, com cada um vencendo em 13 unidades federativas. A diferença, a favor do atual presidente foi justamente no Distrito Federal. O candidato derrotado também venceu em quatro das cinco regiões do Brasil, mas não conseguiu impedir a vitória do petista, que repetiu a vitória em Minas Gerais e em todos os nove estados do Nordeste para ultrapassar a barreira dos 60 milhões de votos, ante os 58 milhões do adversário.
Na comparação com o primeiro turno, a única diferença por estado foi registrada no Amapá, na Região Norte, onde Lula ganhou no primeiro turno e Bolsonaro venceu no segundo. Já em Minas Gerais, os candidatos travaram a disputa mais acirrada, com apenas 0,4% de diferença a favor do futuro presidente, que inicia o novo mandato a partir de 1º de janeiro de 2023.
No Centro-Oeste, onde localizam-se o Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Bolsonaro venceu com pelo menos 58,7% dos votos em cada unidade federativa, chegando a 65,08%. Já Lula foi escolhido por 34,92% e 41,29% dos eleitores da região. O atual presidente também repetiu o feito no Sul, onde ganhou no Paraná, Rio Grande e Santa Catarina. Neste último estado, a diferença foi de 69,27% a 30,73%.
As maiores diferenças na votação do segundo turno foram registradas em Roraima, no Norte, onde Bolsonaro recebeu 76,08% dos votos, e no Piauí, na Região Nordeste, no qual Lula foi o escolhido por 76,86% da população. Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, com 34 milhões de votos, Bolsonaro venceu de novo, com mais de 10% de vantagem para o petista.
Bolsonaro cresceu, mas não virou
João Vítor Marques
Os 27 dias entre o primeiro e o segundo turnos das eleições presidenciais mostraram um avanço mais acelerado de Jair Bolsonaro (PL) em relação a Lula (PT), que, mesmo diante do cenário adverso, conseguiu se eleger. Derrotado, o atual presidente foi mais eficaz na busca por votos no Brasil e encurtou a desvantagem, mas não conseguiu a prometida virada.
Bolsonaro conseguiu 7,1 milhões de eleitores a mais que no primeiro turno. O crescimento de Lula foi mais tímido, com cerca de 3 milhões de votos. Os dados foram compilados pelo Estado de Minas às 22h08 de ontem (30/10), quando 99,99% das urnas haviam sido apuradas. Para o cálculo, levou-se em conta apenas a votação em cidades brasileiras.
A estratégia bolsonarista para o segundo turno rendeu frutos especialmente no Sudeste, onde o presidente teve 3,5 milhões de votos a mais do que na primeira parte da disputa – metade do que conseguiu em todo o país. São Paulo (1,9 milhão) e Minas Gerais (902 mil) foram os estados que apresentaram maior crescimento numérico do candidato.
Na prática, Bolsonaro aumentou o número de votos em todas as unidades federativas. Onde perdeu no primeiro turno, o presidente minimizou a derrota; onde ganhou, aumentou a vantagem em relação ao adversário. No Amapá, conseguiu a reviravolta e venceu Lula, após ficar atrás em 2 de outubro.
Por outro lado, Lula – que recebeu o apoio de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) – chegou a perder votos em quatro estados do Norte (Acre, Amapá, Amazonas e Roraima). Até mesmo no Nordeste, região onde ganhou nas nove unidades federativas, o presidente eleito viu Bolsonaro crescer mais.
Pesou a favor do petista a vantagem conquistada no primeiro turno. Apesar da aproximação de Bolsonaro, Lula se tornou o presidente eleito com a maior votação da história – mais de 60 milhões de votos.
Em Minas Gerais
- Lula
1º turno: 5.802.571 votos
2º turno: 6.190.960 votos
388.389 votos a mais
- Bolsonaro
1º turno: 5.239.264 votos
2º turno: 6.141.310 votos
902.046 votos a mais