O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), 47, afirmou a jornalistas na noite deste domingo (30) que vai buscar alinhamento com o governo federal, que terá o ex-presidente Lula (PT) à frente. O petista derrotou o presidente Jair Bolsonaro (PL), que patrocinou a candidatura de Tarcísio.
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Quem venceu nas dez menores cidades mineiras no segundo turnoLula se reúne com presidente da Argentina, Alberto Fernández, em São PauloBolsonaro perde força no Sul e no Sudeste em relação a 2018; PT cresceGleisi cita blitze no Nordeste e pede ação da PRF contra caminhoneirosTemer cumprimenta Lula e pede 'pacificação do país'"Vamos olhar o interesse para o estado de São Paulo", afirmou o governador eleito. "Para que a gente possa trazer políticas públicas, é fundamental o alinhamento com o governo federal."
Após a divulgação do resultado do segundo turno, o candidato derrotado ao Governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT), também ofereceu a Tarcísio ajuda na interlocução com o governo petista na Presidência. "Já liguei para o Tarcísio de Freitas desejando a ele que faça um bom governo, me colocando à disposição", disse o petista em discurso após a apuração.
Tarcísio ecoou a declaração de seu adversário no segundo turno: "Já tive uma conversa amena, boa, com o Haddad. A gente teve uma boa relação ao longo da campanha. A conversa foi nesse sentido: 'parabéns pelo resultado'. Se colocando à disposição para ajudar já em Brasília. Ele, como integrante da equipe do novo presidente da República, e vamos manter melhor diálogo possível." Haddad é cotado para assumir um ministério no governo Lula.
Tarcísio afirmou que, até o momento da entrevista, ainda não tinha conversado com Bolsonaro, apenas com o ex-ministro Walter Braga Netto (PL), que compôs a chapa como candidato a vice-presidente.
"Falei com Braga Neto, o presidente está tranquilo em Brasília, acompanhou os resultados e amanhã trabalhará normalmente e vai seguir."
Aos jornalistas, Tarcísio reafirmou uma das medidas anunciadas em sua campanha -acabar com a obrigatoriedade de vacinação dos servidores estaduais.
"A obrigatoriedade da vacina, realmente, pretendo acabar. Eu confio na consciência das pessoas, na liberdade das pessoas. Conscientizando os servidores públicos, trabalhando na importância da publicidade da vacinação", disse.
Já a respeito das câmeras em uniformes de policiais militares, algo que Tarcísio chegou a afirmar que retiraria, mas voltou atrás, ele afirmou neste domingo que irá "avaliar com a turma da Segurança Pública".
"Sempre tive visão crítica, mas não sou dono da verdade. Muitas pessoas trazem argumentos e vamos discutir", disse.
O bolsonarista voltou a afirmar que montará um time técnico de secretários e disse que Guilherme Afif (PSD) será o coordenador de sua equipe de transição.
Questionado sobre se o próprio Bolsonaro poderá ser convidado para compor sua equipe, Tarcísio descartou a possibilidade.
"Ele é presidente da República, ele não vai vir ser secretário aqui no estado de São Paulo. Não sei qual o seu plano de voo agora. O presidente fez o melhor, não foi fácil ser presidente no momento de tantas crises. Ele se saiu muito bem, está entregando um país que está crescendo", disse.
"Uma coisa é fato: temos que cuidar rapidamente da questão social, me preocupa a quantidade de pessoas na rua. Precisamos abrir as portas das comunidades terapêuticas e capacitar essas pessoas", disse Tarcísio, mencionando ainda que irá trabalhar para a conclusão do Rodoanel Norte e para inaugurar o trem intercidades.
O governador eleito afirmou ainda que vai tirar uma semana para descansar.