Agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) que atuam nas rodovias federais interditadas por caminhoneiros em protesto ao resultado das eleições dizem em um vídeo que a ordem da instituição é apenas permanecer no local.
Os caminhoneiros foram importante base de Bolsonaro em 2018, mas o apoio da categoria refluiu nos últimos anos, principalmente com o aumento no preço dos combustíveis. Recentemente, o presidente anunciou a antecipação do auxílio pago aos profissionais autônomos, o que foi visto como uma tentativa de impulsionar a campanha pela reeleição entre o grupo.
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A reportagem teve acesso a vídeos em que os policiais federais dizem que não vão fazer nada em relação aos bloqueios. Em uma das imagens gravadas em Palhoça (SC), um policial diz que a ordem é somente estar no local.
"A única coisa que eu tenho a dizer nesse momento é a única ordem que nós temos é estar aqui com vocês, só isso", disse na imagem.
A instituição falou ainda que está em todos os locais de bloqueio com efetivo mobilizado e permanece trabalhando para o fluxo livre das rodovias federais.
"Desde ontem, quando surgiram as primeiras interdições, a PRF adotou todas as providências para o retorno da normalidade do fluxo, direcionado equipes para os locais e iniciando processo de negociação para liberação das rodovias priorizando o diálogo, para garantir, além do trânsito livre e seguro, o direito de manifestação dos cidadãos, como aconteceu em outros protestos", disse, em nota.
Em um outro vídeo, um policial em Rio do Sul (SC) disse que estaria ali para monitorar a manifestação, mas não emitiria nenhuma multa.
"Outro compromisso que eu faço com vocês aqui, nenhum veículo que está aqui na manifestação será alvo de qualquer notificação. Eu não vou fazer multa nenhuma", disse o policial, sendo aplaudido em seguida.
Em Santa Catarina, o senador Jorginho Mello (PL) venceu com folga o deputado federal Décio Lima (PT), o primeiro petista a chegar ao segundo turno para o governo, e manteve o bolsonarismo no estado.
Os episódios envolvendo a PRF ocorrem um dia após a instituição descumprir uma decisão do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes, e realizar abordagens em transportes públicos.
Na noite do sábado (29), o ministro Alexandre de Moraes proibiu a realização de qualquer operação pela PRF contra veículos utilizados no transporte público de eleitores.
O diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, esteve no prédio do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e, em reunião com o presidente do tribunal, Alexandre de Moraes, se comprometeu a interromper todas as abordagens em ônibus e obedecer a decisão do ministro.
Como mostrou a Folha de S.Paulo, Vasques publicou nas redes sociais uma imagem em que pede o voto no presidente Bolsonaro. Ele postou uma foto da bandeira do Brasil com as frases "vote 22. Bolsonaro presidente".
O presidente Jair Bolsonaro permanece em silêncio após sua derrota nas urnas. O TSE declarou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) eleito, com 50,9% de votos, contra 49,1% de Bolsonaro, que tornou-se o primeiro presidente a não conquistar a reeleição.
Interlocutores do chefe do Executivo sugeriram um texto ao mandatário para o reconhecimento da vitória do adversário. Segundo relatos, o documento não traria contestação ao resultado, mas citaria "injustiças" que o mandatário sofreu em seu governo e na campanha.
A expectativa do entorno do chefe do Executivo é de que ele fale entre esta segunda-feira (31) e terça-feira (1). Para aliados, quanto mais tempo demorar, mais negativo será para Bolsonaro.
O chefe do Executivo despachou do Palácio do Planalto nesta manhã, mas partiu para o Palácio da Alvorada pouco antes das 16h. Segundo aliados, ele trabalhará no texto do seu discurso de derrota.