Contrastes para exames, reagentes e até oxigênio. Associações da indústria farmacêutica informaram, nesta terça-feira (1/11), que têm encontrado dificuldade para transportar insumos a hospitais e clínicas médicas. Conforme os grupos, o transtorno é causado pela interdição das rodovias pelo país por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), as manifestações colocam em risco o transporte de oxigênio medicinal. “Faz-se necessária a urgente liberação da circulação sem bloqueios no País para que tanto o oxigênio quanto os demais produtos essenciais à vida do brasileiro sigam chegando ao seu destino”.
Já a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) afirmou que laboratórios de medicina diagnóstica de todas as regiões brasileiras já registram problemas em relação ao transporte e abastecimento de reagentes e contrastes. Até mesmo amostras coletadas dos pacientes para processamento de exames têm sofrido atrasos.
Para tentar diminuir os impactos do bloqueio das rodovias, a Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para Saúde (Abimed) enviou ofícios para ministérios e órgãos competentes para tentar garantir a locomoção. As pastas procuradas foram:
- Ministério da Infraestrutura; Ministério do Desenvolvimento Regional;
- Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações; Ministério da Saúde;
- Ministério da Justiça e Segurança Pública;
- Ministério da Economia;
- Comando de Policiamento Rodoviário do Estado de São Paulo;
- Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito;
- Diretoria Geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT);
- Governadoria do Estado de São Paulo;
- Diretoria Geral da Polícia Rodoviária Federal.
Bloqueios
Desde a noite de domingo (30/10) há registro de bloqueios nas principais rodovias de todo o país. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), até as 15h desta terça-feira haviam 152 interdições e 67 bloqueios em 21 estados brasileiros. Isso porque eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que ainda não aceitaram a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), protestam contra o resultado das eleições.
Apesar de o movimento de interdições em rodovias ter sido iniciado por caminhoneiros, nem todos os motoristas são favoráveis à manifestação. Outros trabalhadores estão sendo obrigados a ficar parados nas estradas, sob ameaças e condições precárias.
Apesar de o movimento de interdições em rodovias ter sido iniciado por caminhoneiros, nem todos os motoristas são favoráveis à manifestação. Outros trabalhadores estão sendo obrigados a ficar parados nas estradas, sob ameaças e condições precárias.
%uD83D%uDEA7Ocorrências em rodovias federais no Brasil.
%u2014 PRF Brasil (@PRFBrasil) November 1, 2022
%uD83D%uDEE3%uFE0FTotal de manifestações desfeitas: 339 pic.twitter.com/4dJ6N59Lgw
Zema envia forças de segurança
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) e a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) se pronunciaram mais cedo sobre os bloqueios em rodovias mineiras, realizadas por bolsonaristas que ainda não aceitaram o resultado das eleições de domingo (30/10).
“Já solicitei às nossas forças de segurança que tomem as medidas necessárias para desobstruir qualquer via ou estrada que esteja interditada por manifestações. A eleição já acabou e agora nós temos que assegurar o direito de todos de ir e vir, e também que as mercadorias cheguem onde precisa para que não haja desabastecimento. Vamos cumprir a lei”, afirmou o governador via redes sociais.
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A maioria do Superior Tribunal Federal (STF) validou nessa segunda-feira (31/10) a determinação do ministro Alexandre de Moraes à PRF e às polícias militares dos estados para que desbloqueassem as vias públicas interditadas por bolsonaristas.
STF determina desbloqueio
A maioria do Superior Tribunal Federal (STF) validou nessa segunda-feira (31/10) a determinação do ministro Alexandre de Moraes à PRF e às polícias militares dos estados para que desbloqueassem as vias públicas interditadas por bolsonaristas.