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Estado de Minas ELEIÇÕES 2022

Equipe de Lula critica omissão de Bolsonaro, mas comemora aceno de ministro

Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou nas redes sociais que Jair Bolsonaro (PL) incentivou os bloqueios de caminhoneiros


01/11/2022 21:52 - atualizado 01/11/2022 22:41

Lula
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente no último domingo (1/11); essa será a terceira vez que o petista vai governar o país (foto: Ricardo Stuckert)
Aliados do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enxergaram no pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) na tarde desta terça-feira (1/10) um reconhecimento envergonhado de sua derrota nas eleições, corroborado pela declaração do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP).

 

Na avaliação desses aliados, o fato mais importante não foi a fala do presidente, mas o compromisso público do ministro da Casa Civil de dar início à transição de governo. Em nenhum momento, Bolsonaro cumprimentou Lula pela vitória. Nogueira assumiu o microfone depois de Bolsonaro.

 

"O presidente Jair Messias Bolsonaro me autorizou, quando for provocado, com base na lei, nós iniciaremos o processo de transição", disse Ciro Nogueira.

 

"A presidente do PT, segundo ela, em nome do presidente Lula, disse que na quinta-feira será formalizado o nome do vice-presidente Geraldo Alckmin. Aguardaremos que isso seja formalizado para cumprir a lei do nosso país", seguiu o ministro.

 

Ao comentar o pronunciamento de Bolsonaro, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), afirmou nas redes sociais que ele incentivou os bloqueios de caminhoneiros, sendo o "primeiro e único a apostar no caos diante da derrota".

 

"Lula disputou seis eleições presidenciais. Quando perdeu, acatou o resultado e nunca promoveu arruaça. Bolsonaro é o primeiro e único a apostar no caos diante da derrota. Reconhecer bloqueios como movimentos pacíficos é incentivá-los. Irresponsável, nunca pensou no país", publicou Gleisi.

 

Terceira colocada no primeiro turno, a senadora Simone Tebet (MDB), que se engajou na campanha de Lula no segundo turno, afirmou que Bolsonaro vai deixar o cargo sem reconhecer a derrota e "sem colocar o povo em primeiro lugar".

 

"Resumo da fala do presidente: após 48h de absoluto silêncio, ele vai deixar o cargo sem reconhecer a derrota. Terminará como sempre foi: personalista, autocrata, agente do caos. Sem colocar o povo em primeiro lugar", escreveu nas redes sociais.

 

Tebet disse ainda que o processo eleitoral se deu de "forma absolutamente correta". "As urnas falaram. É preciso escutar a voz das urnas e promover um grande trabalho de pacificação e união nacional", escreveu a senadora.

 

O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou que Bolsonaro não cumprimentou Lula e "terceirizou" a transição a Ciro. Ele disse ainda que o chefe do Executivo "timidamente" pediu para que acabassem os bloqueios de caminhoneiros pelo país.

"Foram dados dois sinais: um contra a balbúrdia que eles mesmo estão fazendo e o outro que começou a transição, e isso é importante", disse.

 

O senador Randolfe Rodrigues (Rede) afirmou que Bolsonaro fez um reconhecimento envergonhado sem citar o nome do vitorioso, o que é inédito no Brasil.

 

Randolfe lembra, porém, que a transição é uma imposição legal, não sendo facultativa ao presidente. "Bolsonaro não conhece a máxima da democracia. Ao derrotado, não cabe o ódio. Ao vitorioso, não cabe a soberba".

 

O prefeito de Araraquara, Edinho Silva, que teve assento na coordenação de campanha de Lula, afirmou que a fala de Bolsonaro foi de uma "liderança acuada e isolada".

 

"Uma fala cheia de implícitos e na defensiva. Não pede para os caminhoneiros saírem das estradas, mas evidencia o direito de ir e vir; não reconhece o processo eleitoral, a democracia, mas diz que joga nas 'quatro linhas', ou seja, respeita as regras. É a fala de uma liderança que abdica do papel de sair pelas portas da frente do seu mandato", disse Edinho.

 


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