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Estado de Minas CONGRESSO

Partido de Sergio Moro pode integrar base aliada ao governo Lula

Presidente do União Brasil, Luciano Bivar afirmou que não quer ser oposição ao governo em 2023 e disse ter 'dívida' com a esquerda


03/11/2022 21:21 - atualizado 03/11/2022 22:06

Sergio Moro (União Brasil)
Sergio Moro (União Brasil) eleito senador pelo Paraná (foto: MAURO PIMENTEL / AFP)

Com 59 parlamentares a partir de janeiro de 2023, o União Brasil poderá integrar a base aliada ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Luciano Bivar, presidente da sigla e deputado federal eleito em Pernambuco, garantiu que não estará no grupo de oposição. Apesar disso, será necessário conversar com cada integrante da bancada, entre eles o ex-juiz federal Sergio Moro, que ganhou para senador no Paraná.

Sergio Moro foi o responsável por condenar e determinar a prisão de Lula em 2018 na operação Lava Jato, que investigava principalmente casos de corrupção na Petrobras. Em 2019, o então juiz se juntou ao governo de Jair Bolsonaro (PL) como ministro da Justiça, porém pediu demissão do cargo em abril de 2020 após alegar interferência do presidente nas decisões. Dois anos e meio depois, Moro se reaproximou de Bolsonaro durante a campanha eleitoral e venceu a corrida para o Senado no Paraná.
 

Líder do partido de Moro, Bivar disse em entrevista ao jornal O Globo que o União está preocupado com a Câmara dos Deputados. “A bancada quer ter os seus espaços e o União Brasil nasceu para a gente fortalecer a democracia, as instituições. A gente não pode ter um país cheio de turbulência. É hora de voltarmos a ter paz, tranquilidade, não fustigar as instituições, o Estado de direito. Essa é a razão precípua para o surgimento do União Brasil”.

Luciano Bivar afirmou não ter sido procurado pela bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) por estar em uma viagem. Ele retorna nesta quarta-feira (9/11) para discutir também com os deputados eleitos a integração da base governista. “Isso é uma discussão que não levei ainda para a bancada. Temos cerca de 40% de deputados de nossa bancada que são novos, então precisamos conversar um a uma para saber quais são os interesses”.

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Conforme apontou o presidente do partido, ainda não está acertado oficialmente uma composição para possível frente parlamentar governista. “Isso é uma discussão que vai além da presidência (do partido). Tenho que discutir com a bancada, mas eu não faço nenhuma objeção. Tudo é uma questão de conversar com o governo. Mas não existe, por conta disso, uma aliança dogmática. Nós temos os princípios do União Brasil”, disse.

Luciano Bivar, presidente do União Brasil
Luciano Bivar, presidente do União Brasil (foto: Michel Jesus/ Câmara dos Deputados)


“O que eu posso dizer é o seguinte: nós não seremos oposição ao governo, mas somos independentes. Podemos integrar a base, sim. Estamos sempre dispostos. Se tivermos uma representação significativa como a que temos na Câmara dos Deputados, queremos conversar com o governo diariamente. É o maior partido independente do Brasil. Fizemos 60 federais sem caneta de nenhum governador nem do presidente”, complementou Bivar.

Dívida com a esquerda


Luciano confirmou que o partido terá um nome para candidatar à presidência da Câmara dos Deputados em 2023. “O União Brasil vai ter um candidato, mas o nome não está definido. Quando eu retornar ao Brasil, vou conversar com a bancada”, apontou.
 

Quanto ao Senado, o presidente do União Brasil ressaltou que a reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD) passa pela discussão na Câmara. Segundo ele, existe uma ‘dívida’ com a esquerda. “Todos os partidos que brigavam pelas instituições, pela democracia, enxergam o governo (eleito) com um sinal de grande simpatia. A esquerda foi quem mais resistiu às fustigações antidemocráticas desse país, isso a gente não pode negar. Temos uma dívida com a esquerda em relação a isso”.

Bolsonaro


Com relação a Jair Bolsonaro, eleito presidente pelo PSL em 2018, Bivar usou uma metáfora de uma união civil. “Até no casamento católico apostólico romano, ninguém mais segue os preceitos. Pode desquitar, divorciar. Você se divorcia e passa a ver que a pessoa tem outras evoluções, ou involuções. Não desembarcamos de última hora, desembarcamos no primeiro ano do governo dele. Eu fui quem mais briguei pelas instituições desse país. Tudo eu fiz pela nossa democracia e vou continuar fazendo. Sou um radical do Estado de direito”.

Também ao jornal O Globo, Luciano comentou as manifestações pelo país de apoiadores do atual presidente que recusa aceitar a vitória de Lula e pede intervenção militar: “Essa minoria que causa esse radicalismo nas ruas é que levou o Bolsonaro a perder a eleição. Porque isso é uma insanidade. Quem tem um mínimo de formação constitucional, de Estado de direito, só pode caracterizar como insanidade. Mas paciência. Se a gente for internar os loucos do Brasil, vai faltar manicômio”.


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