Jornal Estado de Minas

BRIGA DE VEREADORES

Vereadores brigam em cozinha de Câmara no Sul de Minas

Vereadores de Brazópolis, no Sul de Minas, se envolveram em uma discussão durante uma sessão nesta semana, na Câmara Municipal da cidade. Um dos envolvidos, o vereador Sérgio Pelegrino (PP) acusa outros dois vereadores, Adilson de Paula (PSD) e Edsson Ednaldo (PSD), de agressão após a reunião, já na cozinha da Casa Legislativa.




 
A Câmara informou que o caso está sendo averiguado e que uma decisão será informada na sessão ordinária da próxima semana, na terça-feira (8/11). Um boletim de ocorrência também foi feito, e a Polícia Militar (PM) está ouvindo as partes envolvidas.
 

Discussão durante sessão

 
Tudo começou durante a sessão da Câmara, na última terça-feira (1/11), quando o presidente da Casa Legislativa, Sérgio Pelegrino (PP), pediu explicações para o vereador Wagner Pereira (PSD) sobre uma reunião que teria acontecido durante a tarde. Tudo foi gravado e estava sendo passado ao vivo pelo Facebook da Câmara.

A reunião em questão teria acontecido entre o vereador Wagner, o prefeito da cidade, Carlos Alberto Morais, a secretária de Saúde, o secretário do Cimas (Consórcio Intermunicipal De Saúde Da Microrregião Do Alto Do Sapucaí), e a prefeita de Piranguinho, Helena Maria da Silveira, que é presidente do Cimas.



Durante a sessão, o vereador tentou explicar o teor da reunião e foi rebatido pelo presidente da Casa que lembrou um fato parecido que aconteceu anteriormente.
 
“O vereador poderia esclarecer pra mim em relação a reunião que teve hoje à tarde aqui. Eu gostaria de saber qual o assunto, se foi particular, se foi coletivo. Obviamente, esses dias, até o vereador disse para mim que, a qualquer encontro que tivesse aqui na casa, os demais vereadores deveriam ser convidados ou deveria falar para os demais vereadores o que estaria acontecendo”, disse o presidente.
 
“O motivo foi particular, senhor presidente, não tinha nada a ver com comissão”, respondeu o vereador Wagner. “O prefeito está resolvendo assunto particular durante o trabalho?”, questionou o presidente. “Foi sobre o Cismas, e eles vieram”, explicou Wagner. “Então, o Cismas é um assunto coletivo”, completou o presidente.
 
Em certo momento, a discussão acabou ficando acalorada, e o presidente da Casa chamou o vereador de "hipócrita", e o outro respondeu. “Eu há tempos nessa casa sinto um ciuminho no ar. O senhor só está explicando isto, porque eu te perguntei, se não ninguém ia saber… Eu gostaria na sessão de chamar o senhor de hipócrita, é isso que o senhor é”, disse o presidente. “O senhor está passando dos limites”, respondeu o vereador Wagner.




 
Em seguida, o vídeo mostra o vereador Edsson Ednaldo batendo com a mão na mesa, momento em que o presidente da Câmara pede para que a Polícia Militar seja chamada. Alguns vereadores se levantaram, e a discussão continuou, até que foi encerrada minutos depois. Veja o vídeo completo da reunião (a discussão a partir de 1 hora e 36 minutos). 
 

Agressões na cozinha e as versões


Após o encerramento da sessão, os vereadores foram para a cozinha da Câmara, onde havia um café preparado para eles, como é costume nos encontros semanais. Foi lá que a discussão teria recomeçado e o presidente da Câmara, Sérgio Pelegrino, teria sido agredido.
 
Em fotos, o presidente aparece com o rosto ensanguentado após ter sido atingido por um copo; ele precisou levar três pontos na testa. De acordo com Sérgio Pelegrino, o objeto teria sido arremessado pelo vereador Adilson de Paula. 




 
Um dos vereadores foi ferido em confusão na Câmara (foto: Sérgio Pelegrino/DIvulgação)
 
Entretanto, ele afirma que também jogou contra o vereador Adilson, uma esfirra e um líquido (que ele estava consumindo), mas que não teria atingido o vereador. Por fim, ele disse que foi atingido por chutes pelos dois vereadores, Adilson e Edsson.
 
"Fui surpreendido com um tapa na mesa, causando tumulto na sessão, não respeitando o presidente da Casa; e aí eu pedi para a assessoria jurídica para que chamasse a polícia. A sessão foi terminada sem a necessidade da polícia. Na cozinha, eu cheguei por último, o clima já estava tenso e quando eu comecei a comer, o vereador Dilsinho me chamou de vagabundo, por ter chamado a polícia para ir à Câmara, sendo que eu não estava conseguindo colocar ordem na Casa naquele momento", explicou Sérgio Pelegrino. 

"No primeiro momento fiquei quieto com a agressão verbal, aí ele me chamou de vagabundo novamente. Lamentavelmente eu também joguei uma esfirra nele e o copo, acertei o líquido nele, não joguei o copo, tanto é que ele não está machucado, não teve nenhuma lesão. Na sequência disso fui agredido com um copo na testa e saiu muito sangue naquele momento. Eu saí correndo, assustado, e caí no corredor da Câmara, foi quando os vereadores Dilsinho e Edinho vieram para cima de mim. Senti uns chutes e a polícia chegou bem no momento", completou o presidente da câmara. 




 
Já o vereador acusado, Adilson de Paula, afirmou que “os casos estão sendo todos apurados". "Só irei responder em juízo. As testemunhas estão todas ao meu lado, todos presenciaram os fatos ocorridos. A versão dele não é verídica e o caso será julgado na justiça, lá sim eu vou dar a minha versão”, disse.
 
Por meio de suas redes sociais, o vereador Edsson Ednaldo também se pronunciou, afirmando que não teria proferido chutes contra o presidente da casa. “Eu não tenho coragem de fazer isso com uma pessoa; machucada e eu chutar ele? Meu Deus do céu, isso eu não faço”, disse o vereador. Veja o pronunciamento completo.
 
Iago Almeida / Especial ao EM