No vídeo, Vasques afirma que a PRF é uma instituição de estado e que precisa garantir "o direito de ir e vir de todo cidadão".
Os atos foram promovidos por bolsonaristas que não aceitam a derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições realizadas no último domingo (30). Em um primeiro momento, Bolsonaro permaneceu calado. Depois, publicou vídeo em que elogia os apoiadores, mas pede a eles para desbloquearem as rodovias.
De acordo com o diretor da PRF, todas as operações administrativas do órgão estão suspensas para liberar o efetivo para ações nas rodovias.
O último informe da PRF, publicado na noite desta sexta, diz que restavam apenas cinco bloqueios parciais de vias públicas no país, dois no Mato Grosso e três no Pará. A corporação afirma que houve um total de 975 manifestações desfeitas.
No dia da eleição, Vasques divulgou um vídeo em seu perfil pessoal no Instagram apoiando Bolsonaro. Pouco depois, ele deletou a postagem.
A PRF organizou, no domingo (30/10) em que houve segundo turno, uma operação em diversas partes do Brasil com a justificativa de fiscalizar o transporte ilegal, o que foi questionado na Justiça por possivelmente impedir pessoas de votar. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) determinou a suspensão da operação.
Vasques mencionou a operação de domingo no vídeo. "Nossos policiais federais homens e mulheres que estão na estrada trabalhando desde domingo à noite estávamos encerrando uma operação e já iniciamos essa grande operação para desbloquear rodovias em todo o país", afirmou.
Subprocuradores da República encarregados do controle externo da atividade policial pediram a abertura de um inquérito na Polícia Federal para que seja investigada a atuação do diretor-geral da PRF. A apuração deve focar a atuação de Vasques nas eleições e na repressão aos bloqueios de rodovias.
Também nesta sexta, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que a Polícia Rodoviária Federal informe em prazo de 48 horas o número de policiais nas estradas desde o dia 28 de outubro, antevéspera do segundo turno das eleições.
As informações deverão ser apresentadas por estado e conter dados sobre os eventuais recrutamentos realizados para o dia da votação, domingo (30), "devendo haver detalhamento das lotações de origem dos policiais, bem como para onde foram enviados em missão", segundo Moraes.