Em uma visita à igreja Batista da Lagoinha, do pastor Márcio Valadão, em Belo Horizonte, repercutiu a informação que o atual chefe do Execitivo e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, haviam almoçado com o ex-ator da Globo, preso pelo assassinato da atriz Daniela Perez, em 1992. "Fiquei sabendo que o Guilherme de Pádua não esteve na igreja (Batista da Lagoinha, em BH). Eu não sei quantos membros tem a igreja... não fiquei para almoçar, mas a Michelle ficou. Depois da matéria, conversei com ela. Apareceu uma foto com a esposa do Guilherme de Pádua. Ela falou: 'tirei umas 100 fotografias. Obviamente, não sei com quem tirei as fotografias'. Ela não falou quem era ao tirar a foto", explicou o presidente.
Guilherme de Pádua era pastor na Igreja Batista da Lagoinha, visitada pelo presidente e a primeira-dama. Juliana Lacerda, viúva de De Pádua, publicou uma foto com Michelle Bolsonaro, mas negou ter proximidade com ela. Bolsonaro ainda prometeu processar a jornalista responsável pelo blog que transmitiu a informação do encontro.
O ex-ator Guilherme de Pádua morreu aos 53 anos, neste domingo (6/11), em Belo Horizonte. A informação foi transmitida pelo pastor Márcio Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, em vídeo publicado no Instagram. Segundo o religioso, Pádua sofreu um infarto pouco antes das 22h.
Guilherme de Pádua interpretou o motorista Bira na novela De Corpo e Alma, da TV Globo, em 1992. Seu personagem fazia par romântico com Yasmin, vivida pela atriz Daniella Perez, filha da autora Glória Perez. No decorrer das gravações, Pádua assassinou a colega de elenco com a ajuda da ex-mulher, Paula Nogueira Thomaz.
As investigações da época dão conta de que Guilherme teria ficado insatisfeito com a diminuição de seu papel na novela, enquanto Paula demonstrava ciúmes pelas cenas de Daniella com o ator.Após armar uma emboscada para a atriz em um posto de combustíveis, o casal a levou para um matagal na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e desferiu pelo menos 20 golpes de punhal. O crime ocorrido em 28 de dezembro de 1992 chocou o país.
Condenação e pós-prisão
Por ter matado Daniella Perez, Guilherme de Pádua foi condenado a 19 anos e 6 meses de prisão. Após cumprir um terço da pena, ele ganhou liberdade em 14 de outubro de 1999. Posteriormente, aderiu à Igreja Batista da Lagoinha, que fazia trabalho social com ex-presidiários, segundo Valadão.
"Esse moço, Guilherme de Pádua, ficou tão conhecido. Era um artista de TV e fez aquela besteira anos atrás. Até hoje fica um estigma muito grande. Mas eu tive o privilégio de conviver com ele. Durante muitos anos, esteve conosco. Depois que saiu da prisão, cumpriu a pena, e hoje tem um trabalho de cuidar de ex-presos no ministério pastoral".
Guilherme estava casado com a estilista Juliana Lacerda desde 2017. Antes, manteve união de oito anos, de 2006 a 2014, com a gestora de TI Paula Maia. O ex-ator tem um filho, Felipe Thomaz, fruto da relação com Paula Thomaz. Quando Daniella Perez foi morta, a primeira esposa do ator estava grávida de quatro meses.
Pedido de perdão a Glória Perez
"Pensei em procurar os advogados do Raul Gazolla e da Glória Perez. Pensei em pedir para alguém que intermediasse esse encontro. Não imaginava uma coisa pela internet e por meio de um vídeo. (...) Talvez eu nunca vá ter uma oportunidade real de pedir perdão", disse, na ocasião, estendendo o pedido aos demais familiares.
'Pacto brutal: O assassinato de Daniella Perez'
A morte da atriz voltou à tona com o lançamento da série intitulada "Pacto Brutal: O assassinato de Daniella Perez", que estreou em 21 de julho na HBOMax./ Em cinco episódios, o documentário detalha o crime que chocou o país com depoimentos, autos de processos judiciais, relatos de testemunhas e outros elementos.Para isso, mais de 60 pessoas foram entrevistadas para a série, incluindo diversos jovens atores dos anos 1990, como Claudia Raia, Fábio Assunção, Maurício Mattar, Cristiana Oliveira, Alexandre Frota e Eri Johnson.