O deputado estadual Cristiano Silveira (PT) pediu ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), nesta segunda-feira (7/11), que auxilie na investigação da suposta agressão, com motivação política, cometida por um policial reformado contra uma criança de 7 anos. O caso ocorreu em Divinópolis, na Região Centro-Oeste de Minas, na semana passada. Segundo a mãe do garoto, a violência ocorreu após o jovem ter dito "Lula lá", em menção a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente eleito do Brasil.
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Para Cristiano Silveira, o caso representa "falta de humanidade" e "intolerância"."É um absurdo que qualquer pessoa seja violentada por seu posicionamento político, quem dirá uma criança de 7 anos Esse crime precisa ser apurado e punido", defendeu o petista.
"Pedimos que o Centro de Apoio adote as medidas que considerar cabíveis, juntamente à Promotoria dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes do município onde ocorreram os eventos descritos. Em virtude da relevância e urgência dos fatos, solicitamos que a resposta seja apresentada o mais breve possível", lê-se em trecho do documento enviado ao Ministério Público.
O diretório municipal do PT de Divinópolis emitiu nota se solidarizando com a criança agredida pelo policial reformado. "Diante das agressões sofridas, ainda que em tom de brincadeira, conforme fala do agressor, nada justifica o contato físico e a ação por parte de um policial reformado contra uma criança de apenas seis anos", afirmou o presidente municipal da sigla, Manoel Cordeiro.
O dirigente disse esperar ações da Polícia Civil, Ministério Público e demais autoridades competentes. "Que as medidas legais sejam tomadas para que a investigação ocorra de maneira justa e que as autoridades atuem ativamente para apuração do ocorrido". Na semana passada, a Polícia Civil informou que instaurou inquérito para apurar o ocorrido. A nota do PT também destaca "a paz, a harmonia e a democracia" como princípios básicos e diz que é preciso seguir "juntos em prol de um único Brasil".
OAB acompanha caso
Além de oficial reformado, o agente atua como advogado. A presidente da 48ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Divinópolis, Ellen Lima, fez contato com a Polícia Civil para buscar informações sobre o inquérito instaurado. Como resposta, ela soube que o suspeito, a vítima e testemunhas serão ouvidas ao longo desta semana.Ellen garantiu que a entidade está acompanhando, com seriedade, o desenrolar de todos os fatos. "O delegado nos garantiu que logo, logo teremos a conclusão e será enviado para o OAB para qualquer tomada de providencia. Enquanto instituição fiscalizadora da conduta de seus inscritos, a OAB não se furtará a adoção de medidas necessária que o caso requer. Primamos pelo devido processo legal, ampla defesa e contraditório, garantia constitucional a todos os cidadãos", afirmou .
Ela também se solidarizou com a família da vítima pelo que chamou de "lamentável incidente".