O caso que motivou a prisão, segundo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, é mantido sobre segredo de Justiça.
De acordo com a Polícia Civil do Rio, monteiro se apresentou ao 77º Distrito Policial (Icaraí), onde foi cumprido o mandado de prisão preventiva.
A reportagem tentou contato com por telefone e por mensagem de texto com a defesa do ex-parlamentar, mas não teve resposta até a publicação deste texto.
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Monteiro foi cassado em agosto passado por 48 votos a 2, por quebra de decoro parlamentar.
Eleito em 2020, o ex-policial militar e youtuber é investigado sob suspeita de praticar sexo com uma adolescente e de forjar vídeos para seu canal no YouTube. Em junho, foi denunciado por suspeita de assédio e importunação sexual contra uma ex-assessora de seu gabinete.
Na sessão que determinou sua cassação, Monteiro usou o tempo reservado à defesa para afirmar que não há laudo que comprove que ele estuprou alguém. Ele também afirmou que não pode ser acusado apenas a partir do depoimento de uma vítima.
Ele chegou a reproduzir um áudio que disse ter sido enviado por uma vítima no qual os dois teriam conversado, mas o conteúdo estava era inaudível.
AÇÕES NA JUSTIÇA
Gabriel Monteiro é réu no caso que apura a gravação de um vídeo íntimo em que o parlamentar aparece tendo relações sexuais com uma adolescente de 15 anos. Em março, a mãe da jovem procurou a polícia após os vídeos terem vazado no Twitter e em grupos de WhatsApp.
Em depoimento, a adolescente disse que os vídeos foram divulgados sem o consentimento dela e que Monteiro havia dito que o vazamento do material foi feito por funcionários que o teriam "traído."
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O ECA prevê pena de quatro a oito anos de prisão a quem filmar e reproduzir cena de sexo explícito com criança ou adolescente. Além disso, o estatuto prevê reclusão de três a seis anos a quem divulgar, transmitir ou publicar registros que contenham cena de sexo com menores de 18 anos.
A defesa de Monteiro afirma que seu cliente achava que a jovem tinha mais de 18 anos.
Em junho, o vereador foi denunciado sob acusação de assédio e importunação sexual contra uma ex-assessora de seu gabinete na Câmara Municipal.
De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, o vereador obrigava a funcionária a participar como atriz em vídeos de cenas eróticas publicados em suas redes sociais.
Em agosto, o advogado Sandro Figueiredo disse que o ex-parlamentar tem colaborado com as investigações.
"Ressalto que todas as vezes em que o ex-vereador Gabriel Monteiro foi chamado à delegacia, ele compareceu de livre e espontânea vontade a fim de colaborar com as investigações. Houve essa medida protetiva, mas ainda não fomos intimados dessa decisão. O que posso afirmar é que, por orientação da defesa, ele já não se aproxima da jovem", disse o advogado na época.