Jornal Estado de Minas

LEGISLATIVO

Vereadores de Uberlândia deixam plenário após manobra para eleger nova Mesa


Oito dos 27 vereadores de Uberlândia protestaram contra a mudança no regimento interno da Câmara Municipal que antecipou as eleições da nova Mesa Diretora para o biênio 2023/2024.

Insatisfeitos, eles não participaram da sessão que elegeu Zezinho Mendonça (PP) presidente da casa, com 18 votos, além do 1º vice, Sérgio do Bom Preço (PP); do 2º vice, Neemias Miqueias (PSD); e da 3º vice. Thais Andrade (PV).



Completam a composição Eduardo Moraes (PSC), como 1º secretário e ordenador de despesas, e Liza Prado (Patriota), na condição de 2ª secretária.

Oficialmente, a mudança do dia de votação era de adequação do dia da eleição e horário da posse para o horário regimental da casa para maior celeridade e efetividade desses andamentos.

Entretanto, informações de bastidores davam conta de que a antecipação para a quinta sessão de novembro era para evitar a formação de outras chapas na disputa da presidência do Legislativo.

As mudanças de regimento foram discutidas e acertadas pela maioria ainda na segunda-feira (7/11). Nesta terça (8) houve a votação para a mesa diretora com chapa única encabeçada por Zezinho Mendonça.

Segundo o presidente eleito, o trabalho será em busca de melhorias estruturais no prédio da Câmara de Uberlândia.

“Queremos melhores condições de trabalho para os servidores, para os vereadores, inclusive melhorar a internet. A oposição é uma das que mais reclama, mesmo hoje muitos tendo sido contrários à votação, é com eles que vou trabalhar também”.



Ele ainda rebateu insinuações de que o Legislativo será um apêndice de projetos do poder Executivo e garantiu que haverá independência e fiscalização.

As críticas vieram porque um dos maiores articuladores tanto da mudança do regimento interno quanto para votos na chapa foi Antônio Carrijo (PSDB), líder do governo na Câmara.

Protesto


O vereadores Amanda Gondim (PDT), Cláudia Guerra (PDT), Sargento Ednaldo (PP), Fabão (Pros), Leandro Neves (PSDB), Dudu Luiz Eduardo (Pros), Ronaldo Tannús (Democracia Cristã) e Walquir Amaral (Solidariedade) saíram da Câmara pouco antes do início da votação em protesto contra as mudanças que culminaram na eleição de Mendonça.

“Se votarmos, chancelaríamos uma mudança com a qual não concordamos”, disse Fabão. Sargento Ednaldo, inclusive, tentava ser cabeça de uma segunda chapa. “Não houve tempo, com a mudança (do regimento interno e antecipação da votação) não foi possível articular com mais vereadores. Se houvesse mais tempo, talvez conseguiria”.

A vereadora Dandara (PT), eleita deputada federal com mais de 86 mil votos, não compareceu à sessão ordinária desta terça no Legilsativo de Uberlândia.