Embora garanta que não vá obstruir projetos do governo federal que considerem ser positivos para o povo, o senador eleito Cleitinho Azevedo (PSC-MG) diz não acreditar no presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesta terça-feira (8/11), durante participação no "EM Entrevista", podcast de Política do Estado de Minas, o parlamentar, que cumpre mandato de deputado estadual antes de assumir assento no Congresso, acusou o petista de ter sido leniente com supostos casos de corrupção.
"O que me decepcionou com Lula nos governos anteriores foi ele ter se corrompido. Um cara que veio de onde veio, virou presidente e se corrompeu. Um cara que fala que é povo não rouba dinheiro do povo. Meu negócio é com ele. Não acredito nele. Pronto e acabou", disse.
Cleitinho foi eleito com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), que não conseguiu renovar o mandato. O futuro senador por Minas revelou ter se frustrado com os primeiros governos de Lula, chefe do Poder Executivo federal entre 2003 e 2010.
"Ele (Lula) tinha de honrar esse povo, chegar lá, bater na mesa e dizer 'corrupção, comigo, não tem'. O que mais acaba com o país é a corrupção. Este país não é pobre. O que precisamos mudar são os políticos, (que têm) de tomar vergonha na cara e parar de roubar do povo. Ele deixou isso acontecer. Meu problema é com ele, não com o povo. O povo, vou defender e honrar", assegurou.
A menção sobre a defesa ao povo está relacionada ao fato de Cleitinho ter sido eleito não apenas com os votos bolsonaristas, mas também com o endosso de pessoas que optaram por Lula na disputa presidencial.
"Sou empregado e vou trabalhar. Uma coisa é eu ser contra Lula. Sou empregado de quem votou em mim e em Lula. Vou trabalhar para eles do mesmo jeito", pontuou. "Você que votou nele e em mim, pode ter certeza: vou te representar. Quem votou em Simone (Tebet) ou Ciro (também). Quem não votou em mim, também vou representar. Sou 100% povo", emendou.
Cleitinho descarta coloração partidária
Famoso por vídeos com cobranças ao poder público, Cleitinho precisou, para chegar ao Senado, derrotar Alexandre Silveira (PSD), que concorreu à reeleição com o apoio de Lula. O futuro congressista é simpático a reformas no sistema tributário e no arcabouço político. Ele garante apoio a ideias do tipo, independentemente da origem.
"Se ele (Lula) propor isso, por que vou querer atrasar o país só por ser oposição a ele? Não faz sentido. Acima de qualquer coisa estão o povo e a nação - patrão que paga meu salário, do Lula e de todos os políticos. É uma questão de equilíbrio e bom-senso. O que é bom para o país, vou sempre (ser a favor), independentemente do presidente", prometeu.