O deputado federal eleito Guilherme Boulos (Psol-SP) disse, nesta quarta-feira (9/11), que Nikolas Ferreira (PL-MG), também integrante da futura composição da Câmara dos Deputados, é "desqualificado". Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, Boulos relembrou o debate que travou com Nikolas na "CNN Brasil" no mês passado, em meio ao segundo turno presidencial. Segundo o ativista por moradia, o bolsonarista mineiro não tem "preparo".
"Confesso que fiquei surpreso. Não conhecia Nikolas. Me convidaram para um debate e fui. Tinha visto que ele foi muito bem votado, teve 1,4 milhão de votos, um fenômeno eleitoral. Mas como o rapaz é desqualificado. Fiquei impressionado, no dia do debate, com a falta de preparo e qualidade política", afirmou.
Boulos e Nikolas foram convidados pela emissora de televisão para um debate sobre a disputa entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Ao longo dos minutos de participação, eles trocaram diversas farpas. Apoiador de Lula, o político do Psol acusou o bolsonarista de ter um "cérebro sem função social". Nikolas, por sua vez, fez menção à trajetória do pessolista no Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) ao dizer que ele estaria "há quatro anos sem invadir uma terrinha".
Ao EM, Boulos criticou a postura de Nikolas ao longo do confronto de ideias. "Sabe aquela maquininha de lacração de YouTube? Ficava só soltando piadinhas e lacração para, depois, fazer cortes na rede social. Fiquei impressionado. Achei que, pela votação que teve, era alguém com maior preparo político e melhor qualidade, (mas) não. Parece que foi só uma onda, mesmo. São ondas como essas que acontecem na política", protestou.
Embora tenha de ser colega de trabalho de Nikolas, o pessolista não quer estreitar os laços com ele. "No Parlamento você convive. Vai conviver com todo mundo. Isso não significa que eu tenha de ter uma relação política com ele ou com a bancada bolsonarista. Não é nada particular em relação a ele. Estou falando do bolsonarismo mais 'maluquinho', essa turma que acha que a terra é plana, é contra a vacina, defende tortura e ditadura militar. Não tem muito o que falar com essa gente", criticou.
Segundo Boulos, as forças à esquerda vão precisar trabalhar para evitar que o bolsonarismo capture os diálogos que têm a Câmara como palco.
"Você não pode deixar que eles pautem o debate na Câmara. Isso, não vamos permitir que façam. Não me imagino tomando café (com eles). Que assunto teria com um povo desse? É um pessoal que parece viver em outro mundo"
"Confesso que fiquei surpreso. Não conhecia Nikolas. Me convidaram para um debate e fui. Tinha visto que ele foi muito bem votado, teve 1,4 milhão de votos, um fenômeno eleitoral. Mas como o rapaz é desqualificado. Fiquei impressionado, no dia do debate, com a falta de preparo e qualidade política", afirmou.
Boulos e Nikolas foram convidados pela emissora de televisão para um debate sobre a disputa entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Ao longo dos minutos de participação, eles trocaram diversas farpas. Apoiador de Lula, o político do Psol acusou o bolsonarista de ter um "cérebro sem função social". Nikolas, por sua vez, fez menção à trajetória do pessolista no Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) ao dizer que ele estaria "há quatro anos sem invadir uma terrinha".
Ao EM, Boulos criticou a postura de Nikolas ao longo do confronto de ideias. "Sabe aquela maquininha de lacração de YouTube? Ficava só soltando piadinhas e lacração para, depois, fazer cortes na rede social. Fiquei impressionado. Achei que, pela votação que teve, era alguém com maior preparo político e melhor qualidade, (mas) não. Parece que foi só uma onda, mesmo. São ondas como essas que acontecem na política", protestou.
Opostos, recordistas vão ter de conviver em Brasília
Mais votado entre os 513 eleitos para a Câmara dos Deputados, Nikolas foi escolhido por 1.492.047 eleitores. Boulos, o líder no ranking paulista, teve a preferência de 1.001.472 cidadãos do estado. Apesar das diferenças ideológicas, eles vão ter de conviver em Brasília (DF). Podem, inclusive, travar debates no plenário do Parlamento e em comissões temáticas.Embora tenha de ser colega de trabalho de Nikolas, o pessolista não quer estreitar os laços com ele. "No Parlamento você convive. Vai conviver com todo mundo. Isso não significa que eu tenha de ter uma relação política com ele ou com a bancada bolsonarista. Não é nada particular em relação a ele. Estou falando do bolsonarismo mais 'maluquinho', essa turma que acha que a terra é plana, é contra a vacina, defende tortura e ditadura militar. Não tem muito o que falar com essa gente", criticou.
Segundo Boulos, as forças à esquerda vão precisar trabalhar para evitar que o bolsonarismo capture os diálogos que têm a Câmara como palco.
"Você não pode deixar que eles pautem o debate na Câmara. Isso, não vamos permitir que façam. Não me imagino tomando café (com eles). Que assunto teria com um povo desse? É um pessoal que parece viver em outro mundo"