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"No primeiro turno, ele queria o voto do eleitor lulista. Escondeu o apoio a Bolsonaro, tentou dar sinais ao Lula de aproximação, porque queria o voto do eleitor lulista. Mas depois que resolveu a fatura dele e se elegeu em primeiro turno, aí se tornou cabo eleitoral ativo de Bolsonaro", continuou Boulos.
O voto lulista buscado por Zema, de fato, existiu. O movimento foi encarnado em um fenômeno que ganhou o apelido de "Luzema". Alguns partidos, como o Avante, fizeram parte da coligação do Novo em solo mineiro, mas compuseram a coalizão nacional liderada pelo PT.
"Acho muito pequeno, ainda mais para um gestor de estado tão relevante como Minas, fazer política a partir de pequenas oportunidades. Faltou da parte dele uma atitude mais equilibrada nesse processo. Ainda assim, o presidente Lula ganhou em Minas e no Brasil", encerrou o pessolista, ainda em tom crítico a Zema.
'Compromisso com o povo brasileiro'
Apesar das críticas a Zema, Boulos crê que as diferenças ideológicas não vão impedir Lula de dialogar com o governo de Minas Gerais. "O presidente Lula sabe separar o que são demandas do povo mineiro e o que é atitude errática de um político que hoje governa o estado de Minas Gerais. Existe um compromisso com o povo brasileiro que está além das fronteiras partidárias de quem governa cada estado", assegurou.
A opinião vai ao encontro do que pensa, inclusive, o vice-governador eleito de Minas, Mateus Simões (Novo). Na semana passada, também ao EM, ele afirmou que as farpas trocadas entre Zema e PT ao longo da campanha eleitoral vão ficar no passado.
"Estamos falando de políticos maduros. O governador de Minas e o presidente da República são maduros. Não são crianças ou torcedores de futebol para ficar ofendidos com esse tipo de coisa", previu.