Ele entrava com Alexandre de Moraes, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral que é o principal alvo dos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) na cidade americana, no Harvard Club, onde ocorre encontro do Lide, grupo empresarial fundado pelo ex-governador paulista João Doria.
A cena foi gravada e postada no Instagram por Allan dos Santos, o foragido da Justiça brasileira investigado no inquérito das fake news coordenado por Moraes. Ele se diz jornalista e tem participado dos atos na rua 44, onde fica o local do evento e também o Sofitel, hotel que hospeda seus convidados.
Uma pessoa grita para Moraes e Barroso que "vocês precisam abrir o código-fonte", uma das teorias propagadas por parte dos bolsonaristas, que consideram que as urnas eletrônicas são passíveis de fraude e Bolsonaro não perdeu por 50,9% a 49,1% para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos segundo turno do pleito deste ano.
Os manifestantes têm frequentado a rua 44 desde domingo (13), quando os convidados começaram a chegar. Na segunda (14), houve protestos mais intensos em barulho e agressividade, com muitos xingamentos a todos que entravam e saíam do hotel. Ministros foram seguidos -Barroso foi filmado jantando com Luiz Zanin, advogado de Lula que é cotado para o Supremo.
Cenas pitorescas
Um grupo integrado pelo ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que falou na sessão sobre economia do evento nesta terça-feira, foi abordado na turística Times Square por bolsonaristas que trataram as pessoas como "ministros do Supremo", que precisariam "abrir o código-fonte".
"Eu disse para ele falar 1, 2, 3, 4", brincou o ex-ministro do Desenvolvimento Luiz Fernando Furlan, que é presidente do Lide, ao relatar o episódio.
Santos, por sua vez, voltou à rua do evento, que está bastante policiada. Na segunda à noite, ele entrou no Sofitel e tomou uma cerveja no bar do hotel. A segurança do local foi alertada e, antes de alguém o abordar, o bolsonarista deixou o prédio -que passou a controlar a entrada de pessoas em seu lobby.