O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), que coordena o governo de transição, afirmou nesta quarta-feira (16/11) que a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "não vai ser um governo gastador". Segundo Alckmin, os governos anteriores do presidente eleito foram marcados por responsabilidade nos gastos, mas a ancoragem fiscal será debatida mais para frente.
"O presidente Lula, se a gente pegar seus dois mandatos, a marca foi a responsabilidade fiscal. Não vai ser um governo gastador", declarou o vice-presidente eleito durante coletiva de imprensa no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília, onde está sediada o Gabinete de Transição. "Mas você precisa ter o mínimo para poder, por um lado, garantir a rede de proteção social. Ainda mais nesse momento de crise socioeconômica. E de outro lado garantir o funcionamento do Estado", acrescentou.
Alckmin anunciou nesta quarta (16/11) mais 171 nomes para compor os grupos técnicos da equipe de transição. Ao seu lado estavam a presidente nacional do PT, Gelisi Hoffmann, o coordenador dos grupos técnicos da transição, Aloizio Mercadante (PT), o líder do PT na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes (PT-MG), entre outros integrantes.
Alckmin citou que faltam recursos no Orçamento de 2023 para, além do Bolsa Família, obras da infraestrutura, saúde e o "mínimo para investimento". Esses temas, porém, serão discutidos no âmbito da Lei Orçamentária Anual (LOA), e não da PEC que está sendo preparada. Segundo o senador eleito Wellington Dias (PT-PI), que coordena as discussões sobre ajuste orçamentário na transição, não há previsão de horário para a divulgação do texto da PEC, embora a intenção seja apresentar ainda hoje.
O coordenador da transição disse ainda que os grupos técnicos divulgados para o governo de transição não necessariamente serão todos transformados em ministérios. "É importante destacar o seguinte. O grupo de transição é para cumprir esses 45 dias. Com que objetivo? Levantar dados", explicou Alckmin, citando um encontro marcado para a tarde de hoje com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, que entregará ao governo de transição uma aviação sobre áreas estratégicas do país. "Não interromper serviços públicos e obras que estão em execução, ter transparência e prever problemas", completou.