O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ressaltou hoje (16/11), em seu segundo discurso na COP 27, no Egito, que o meio ambiente e as mudanças climáticas serão prioridades nos próximos quatro anos que o petista terá na presidência do Brasil. Durante o pronunciamento, Lula afirmou que não “medirá esforços para zerar o desmatamento na Amazônia até 2030”.
“Não há segurança climática para o mundo sem uma Amazônia protegida. Não mediremos esforços para zerar o desmatamento e a degradação de nossos biomas até 2030, da mesma forma que mais de 130 países se comprometeram ao assinar a Declaração de Líderes de Glasgow sobre Florestas”, disse.
Lula aproveitou para criticar o presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação à sua gestão frente ao meio ambiente. De acordo com o petista, nos três primeiros anos do atual mandatário, o desmatamento na Amazônia aumentou 73%.
“Por esse motivo, quero aproveitar esta Conferência para anunciar que o combate à mudança climática terá o mais alto perfil na estrutura do meu governo. Vamos priorizar a luta contra o desmatamento em todos os nossos biomas. Nos três primeiros anos do atual governo, o desmatamento na Amazônia teve aumento de 73 por cento. Somente em 2021, foram desmatados 13 mil quilômetros quadrados. Essa devastação ficará no passado”, afirmou.
De acordo com a organização Info Amazônia, com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Bolsonaro deve encerrar seu quarto ano de mandato com mais de 40 mil km² desmatados na Amazônia. A instituição ainda afirmou que, entre 2019 e 2021, a taxa anual do desmatamento da floresta mais que dobrou em comparação com a dos anos anteriores até 2018, elevando a destruição a patamares históricos.
Lula foi convidado para participar da COP 27 pelo presidente do Egito, Abdel Fattah, antes mesmo de ser empossado como presidente do Brasil. Ao chegar ao evento hoje (16/11), o petista foi ovacionado pela plateia. Com muitas palmas, antes de começar o discurso, o petista ouviu gritos de “melhor presidente do Brasil”.
Ontem (15/11), o petista foi ao estande dos governadores dos Estados da Amazônia Legal, onde discursou por cerca de 10 minutos. Lula anunciou que pedirá à ONU que o Brasil seja sede da COP 30, marcada para 2025. Ele também afirmou que irá atender um pedido feito por Helder Barbalho (MDB), governador do Pará, que solicitou que a futura conferência seja feita na Amazônia.