O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse que o agronegócio será “um aliado estratégico” para os próximos anos. A declaração, feita nesta quarta-feira (16/11) durante discurso na Conferência Internacional do Clima (COP27), no Egito, defendeu que o agro brasileiro será otimizado para que não seja necessário desmatar a floresta.
“No nosso governo, buscaremos um agro regenerativo e sustentável, com investimento em ciência, tecnologia e com educação no campo. Com os 30 milhões de hectares de terra degradada que temos, iremos torná-las agricultáveis, sem precisar desmatar um metro de terra para continuarmos a ser um dos maiores produtores de alimentos no mundo”, afirmou Lula.
Na economia brasileira, o agronegócio corresponde a um dos principais setores. No ano passado, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o setor contribuiu com 27,5% do PIB.
Na manhã desta quarta, o futuro vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), anunciou a equipe que discutirá a agricultura brasileira no governo de transição. Entre os nomes da equipe, a ex-ministra Kátia Abreu e o senador Carlos Fávaro.
Desmatamento zero
No discurso de Lula, o combate ao desmatamento foi além da relação com o agronegócio. Segundo ele, seu governo irá reativar os trabalhos da equipe de fiscalização e proteção ao meio ambiente.
A intenção é “zerar o desmatamento até 2030. O combate à mudança climática terá o mais alto perfil na estrutura do meu próximo governo”, prometeu Lula.
No governo de transição, a pauta do meio ambiente será discutida por nomes como os ex-ministros Carlos Minc e Marina Silva.
Países ricos
Durante o discurso, o presidente eleito também cobrou auxílio financeiro dos países mais ricos às nações subdesenvolvidas. "Não haverá futuro enquanto estivermos cavando um poço sem fundo entre ricos e pobres", disse ele.