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Estado de Minas GOVERNO FEDERAL

Transição: nove mineiros fecham equipe liderada por Lula e Alckmin

Vice-presidente eleito anunciou, nesta quarta-feira (16), mais 155 indicações para a transição entre os governos de Bolsonaro e Lula


16/11/2022 19:45 - atualizado 16/11/2022 21:24

O deputado federal André Janones
Após ganhar prestígio com Lula durante a campanha eleitoral, Janones (esq.) vai atuar no comitê de Comunicação Social da transição (foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) divulgou, nesta quarta-feira (16/11), 155 nomes para compor a equipe de transição de governo. Dezesseis grupos técnicos foram escalados por Alckmin, coordenador-geral da passagem de bastão. Dos interlocutores anunciados pelo ex-governador de São Paulo, nove nasceram em Minas Gerais.

A lista de mineiros cujos convites foram oficializados hoje mistura antigos aliados de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a recentes integrantes da coalizão do presidente eleito. Entre os chamados, está o deputado federal André Janones (Avante), que aderiu ao bloco pró-Lula em agosto e, agora, foi chamado para o comitê de Comunicação Social. Antigo companheiro político do presidente eleito, Anderson Adauto, ex-prefeito de Uberaba, no Triângulo, e ex-ministro dos Transportes, vai atuar na comissão sobre Minas e Energia.

Os mineiros anunciados hoje contemplam, também, alas tradicionais do PT e partidos que se somaram à frente liderada por Lula neste ano. Secretário de Relações Internacionais do diretório nacional petista, Romênio Pereira, vai dar contribuições ao grupo que trata dos diálogos entre o Brasil e outros países.

O Psol, que já estava representado com a deputada federal Áurea Carolina, nascida no Pará, mas com a carreira política feita em Minas, vai ter, também, a congressista eleita Célia Xakriabá. Enquanto Áurea atuará na área cultural, Célia, anunciada ontem, terá a missão de auxiliar a comissão sobre os povos originários.

Antes, Alckmin já havia anunciado outros mineiros para a equipe de Lula. Na área de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o representante é o deputado estadual André Quintão (PT). Como mostrou ontem o Estado de Minas, o setor de Quintão já começa a reunir dados e informações a respeito de políticas públicas promovidas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Para o comitê de Infraestrutura, o escolhido foi o senador Alexandre Silveira (PSD), coordenador político da campanha presidencial de Lula em Minas no segundo turno.

Presente, ainda, a deputada estadual Macaé Evaristo (PT), chamada para o grupo de Educação. Já o grupo de Igualdade Racial vai ter dois mineiros: Nilma Lino Gomes, ex-ministra, e o sociólogo Martvs das Chagas, secretário de Planejamento da Prefeitura de Juiz de Fora, na Zona da Mata.

Conselheiro da campanha de Lula para assuntos ligados às redes sociais, Janones usou justamente as plataformas digitais para celebrar a participação no governo de transição. "Neste primeiro momento, vamos trabalhar para desmontar a máquina de ódio instalada na Secretaria de Especial Comunicação Social (Secom) e preparar o caminho para a comunicação do futuro governo", disse, no Twitter.

No Egito para participar da COP27, Célia Xakriabá também festejou a indicação. Segundo ela, a participação indígena na gestão federal é "fundamental".

Apesar disso, ela protestou contra a ausência, na comissão de Povos Originários, de representantes da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). "É a maior organização do movimento indígena no país", reclamou. Ativista indígena, Célia vai trabalhar ao lado de nomes como a deputada federal eleita Sônia Guajajara (Psol-SP) e a parlamentar Joênia Wapichana (Rede-RR).



Técnicos de Minas engrossam equipes


Além de Célia Xakriabá, Anderson Adauto, André Janones e Romênio Pereira, Alckmin anunciou, hoje, mais cinco mineiros para a equipe de transição. Adauto, aliás, terá a companhia do engenheiro Nelson Hubner, nascido em Lajinha, na Zona da Mata. Ele foi ministro interino de Minas e Energia e diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Janones também vai trabalhar em parceria com uma conterrânea. Isso porque a jornalista Tereza Cruvinel, ex-presidente da Empresa Brasileira de Comunicações (EBC), também compõe a relação de colaboradores do grupo de Comunicação Social.

No ramo de Ciência, Tecnologia e Informações, são dois mineiros. Natural em Itajubá, no Sul, o doutor em Física Ricardo Galvão é o primeiro deles. Em que pese as raízes mineiras, Galvão fez carreira em solo paulista: é professor do Instituto do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), integrante da Academia Brasileira de Ciências e ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Neste ano, Galvão foi candidato a deputado federal pela Rede-SP.

O setor científico vai receber, ainda, as sugestões de Ildeu Castro Moreira, de Capela Nova, Região Central de Minas. Ele é professor, doutor em Física e foi presidente da Sociedade B Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

O grupo técnico sobre Trabalho, por sua vez, terá a participação da professora Patrícia Vieira Trópia, de Uberlândia, no Triângulo. Ela é doutora pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), de São Paulo, leciona na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e presidiu a Associação Brasileira de Estudos do Trabalho. Ao todo, são 31 grupos de transição.

Mais de 250 pessoas foram anunciadas por Alckmin para os trabalhos em torno da passagem de bastão. Apesar da numerosa equipe, conforme prevê a legislação, somente 50 pessoas vão ocupar um cargo e receber pelo trabalho. A maioria dos nomeados fará um trabalho voluntário. 


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