O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou nesta quinta-feira (17/11), que irá programar para o próximo ano uma reunião com povos indígenas oriundos de países da América Latina que comportam trechos da floresta Amazônica. O objetivo do encontro, segundo o próximo chefe do Palácio do Planalto, é discutir com as comunidades nativas possíveis propostas de auxílio financeiro nas ações de combate ao desmatamento da floresta para apresentar às nações ricas.
"Queremos saber quanto vão nos pagar para a gente cuidar da terra que muita gente não cuidou quando poderia cuidar. E isso será a obrigação de todos do planeta Terra. Nós não estamos pedindo favor a ninguém", afirmou Lula, durante reunião com povos indígenas, na Cúpula do Clima (COP27), no Egito.
No continente latino-americano, além do Brasil, abrigam a floresta Amazônica países como Peru, Bolívia, Equador, Colômbia e Venezuela. Durante o encontro com os indígenas, Lula não especificou detalhes da criação e do nome do grupo que cobrará auxílio financeiro de países ricos.
Na última quarta-feira (16/11), no entanto, o próximo presidente anunciou o interesse do Brasil na criação da Cúpula dos Países Membros do Tratado de Cooperação Amazônica.
Povos originários
Além de falar nas possibilidades de auxílio de países ricos para proteger a Amazônia, Lula enfatizou o interesse em ouvir as demandas das populações indígenas do mundo e dos povos mais pobres.
"Temos que mudar a forma de quem governa. O povo pobre e os indígenas são tratados como se fossem números. Essa visão teremos de mudar, temos que ter obrigação moral, ética de reparação aos indígenas. Essas pessoas não podem ser tratadas como gente de segunda classe", protestou.
Ao lado da indígena e deputada federal eleita por São Paulo Sonia Guajajara (Psol), Lula se comprometeu a fomentar a participação de povos originários na governança do país. "A saúde indígena tem que ser comandada por um indígena e a Funai (Fundação Nacional do índio) tem que ser comandada por um indígena", completou.