Lisboa — Depois de partir para o confronto com o mercado financeiro, ao não se comprometer com a responsabilidade fiscal, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva baixou o tom, ontem, e prometeu fazer uma gestão responsável das contas públicas. Ele afirmou que, assim como nos dois mandatos em que comandou o país, seguirá a receita de zelo com o Orçamento. Portanto, acrescentou, não há razão para se ter medo.
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Aliados de Lula avaliam que uso de jatinho trouxe desgaste ao petistaCotado na Fazenda, Meirelles: não existe contradição entre fiscal e socialGuido Mantega: 'Governo Lula foi um sucesso do ponto de vista fiscal'Bolsonaro diz que Lula devia ter tomado posse logo após resultadoGleisi responde 'cala boca' de Guedes: 'Seu tempo acabou, vai pra casa'O líder brasileiro também disse ter humildade suficiente para ouvir os conselhos de economistas como Armínio Fraga, Edmar Bacha e Pedro Malan, seus eleitores, que o alertaram, em carta aberta ao país, sobre os riscos de se acabar com o teto de gastos e não se comprometer com nenhuma política fiscal. Para os economistas, o desequilíbrio das finanças públicas resulta em mais inflação e baixo crescimento, sendo os mais pobres, que Lula promete proteger, os principais prejudicados. Responsabilidade fiscal e responsabilidade social andam juntas, enfatizaram.
"Eu ainda não li a carta, mas fiquei feliz quando companheiros me ligaram dizendo que tinham lido uma carta de pessoas importantes, inclusive de ex-ministros, me alertando sobre problemas econômicos e me aconselhando. Sou um cara muito humilde. Gosto de conselho e, se for bom, vocês podem ter certeza de que eu sigo", destacou.
O temor de um descontrole fiscal no terceiro mandato de Lula — que começará em janeiro — aumentou diante da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, elaborada para retirar do teto de gastos os recursos destinados ao Bolsa Família e a outras despesas, em um total de cerca de R$ 200 bilhões.