Guilherme Peixoto, Junia Oliveira e Luana Pedra
Depois de vencer a etapa mineira da eleição nacional e fazer jus à estatística que vigora há 72 anos e aponta a necessidade de triunfar em Minas Gerais para chegar à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), agora, trabalha na passagem de bastão entre o governo de Jair Bolsonaro (PL) e sua futura gestão. A equipe de transição de Lula, composta por quase 300 pessoas e dividida em 31 grupos técnicos (GTs), tem representantes da cena política de Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país. A lista une antigos companheiros políticos de Lula, como Anderson Adauto (PCdoB), ex-ministro dos Transportes e ex-prefeito de Uberaba, no Triângulo, a recentes aliados, tal qual o senador Alexandre Silveira (PSD), importante na manutenção de uma margem de votos sobre Bolsonaro entre o primeiro e o segundo turno.
Os componentes do gabinete provisório foram anunciados por Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente eleito e coordenador-geral da transição. Apenas na última relação de nomes, divulgada na última quarta-feira, na penúltima etapa do ciclo de nomeações, estavam nove interlocutores nascidos em solo mineiro. A seguir, o Estado de Minas compila os perfis de 14 dos representantes do estado no governo transitório.
Para ilustrar a ala mineira do grupo transitório, foram escolhidos, sobretudo, quadros ligados à política institucional. Entre a maioria dos nomes ouvidos pela reportagem, um termo faz sucesso: “diagnóstico”. A avaliação é que, neste momento, cabe aos comitês instalados a análise do que foi feito – ou não – sob o governo Bolsonaro. Apenas dois grupos técnicos ainda não têm seus integrantes conhecidos: o de Defesa e o de Inteligência Estratégica. (Colaborou Renato Manfrim).
Alexandre Silveira (PSD)
Senador
Grupo Técnico: Infraestrutura
Naturalidade: Belo Horizonte
Embora não tenha conseguido renovar o mandato, Alexandre Silveira disputou a reeleição com o apoio de Lula. Tentou, sem sucesso, garantir o embarque do PSD na coligação petista já no primeiro turno.
Ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), atuou como coordenador político da campanha de Lula em Minas no segundo turno. Segundo apurou o EM, ele foi um dos interlocutores que ajudaram o presidente eleito a conter a transformação, em votos, da ofensiva pró-Bolsonaro liderada pelo governador Romeu Zema (Novo). Bem relacionado com prefeitos do interior mineiro, é cotado para assumir uma pasta fruto da provável cisão do Ministério do Desenvolvimento Regional. Com a divisão, devem ser recriados os ministérios da Infraestrutura e das Cidades. O senador pode, inclusive, ser alçado ao governo por meio da “cota” de ministeriáveis do PSD.
Silveira já tem participado de eventos na condição de integrante do governo de transição. Na semana passada, em Brasília (DF), ele esteve na sede da Confederação Nacional do Transporte (CNT) para ouvir as propostas para a Infraestrutura. “O investimento na construção e manutenção das rodovias é o menor dos últimos dez anos. Um país ainda tão dependente do transporte terrestre não pode ter suas estradas abandonadas. Seguimos trabalhando focados em levantar os dados para o diagnóstico da real situação dos problemas na infraestrutura no Brasil e, assim, planejar a retomada dos investimentos necessários”, disse.
Anderson Adauto (PCdoB)
Ex-ministro dos Transportes e ex-prefeito de Uberaba
Grupo Técnico: Minas e Energia
Naturalidade: Sacramento (Alto Paranaíba)
Ministro dos Transportes entre 2003 e 2004 e prefeito de Uberaba, no Triângulo Mineiro, de 2005 a 2012, foi, também, deputado estadual. Ele crê que o grupo de Minas e Energia pode ajudar o novo governo a traçar diretrizes, sobretudo, a curto prazo. “Quando fui ministro, recebi o trabalho da equipe de transição da época e, algumas coisas, aproveitei. Foram muito importantes”, avaliou, relembrando o trabalho do núcleo que ajudou Lula a suceder Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Segundo Adauto, houve mudanças na área energética desde que o PT deixou o Palácio do Planalto, em 2016. Ele é defensor de debates a respeito dos biocombustíveis e da produção de gás para impulsionar a indústria de fertilizantes. “Hoje, há gás sobrando no Brasil; o gás do pré-sal. Temos de trazer esse gás à terra e distribuí-lo bem, dando condições para que a indústria de fertilizantes possa diminuir a dependência da importação.” Um dos mais antigos interlocutores de Lula no estado, Adauto passou, também, por partidos como o MDB e o antigo PL — do ex-vice-presidente José Alencar.
André Janones (Avante)
Deputado federal
Grupo Técnico: Comunicação Social
Naturalidade: Ituiutaba (Triângulo)
Conselheiro digital da campanha de Lula, vai atuar ao lado da também mineira Tereza Cruvinel, ex-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Segundo deputado federal mais votado do estado neste ano, vai para o segundo mandato no Congresso. Ex-filiado ao PT, ganhou cartaz a reboque da greve dos caminhoneiros em 2018. Depois, travou embates públicos com o ministro da Economia, Paulo Guedes, por causa do Auxílio Emergencial. Janones ensaiou uma candidatura própria ao Palácio do Planalto, mas abriu mão para apoiar Lula.
Crítico de Bolsonaro, a quem já chamou de termos como “ladrão” e “vagabundo”, Janones tem utilizado estratégia diferente da seguida por outros integrantes da transição. Enquanto parte considerável dos nomeados prefere não se pronunciar até que os trabalhos ganhem corpo, o deputado mineiro já fala publicamente sobre possíveis ilícitos descobertos pelo gabinete provisório.
Ele chegou a acusar a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) do atual governo de financiar a compra de adereços para atos do Dia da Independência. “Quem paga a bandeira dos “patriotas” somos nós. Foram R$ 4,7 milhões, pagos com dinheiro dos seus impostos para a farra do 7 de setembro. Uma loja no Brás (bairro de São Paulo) abocanhou a maior fatia desses milhões para distribuir bandeiras”, afirmou, na quinta-feira. A declaração fez a Secom se pronunciar e negar irregularidades.
André Quintão (PT)
Deputado estadual
Grupo Técnico: Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Naturalidade: Belo Horizonte
Líder da coalizão de oposição a Zema na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o deputado estadual André Quintão compõe núcleo técnico que tem a senadora Simone Tebet (MDB-MS). Assistente social e sociólogo, foi secretário de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social entre 2015 e 2016. Nos anos 1990, durante a gestão do ex-prefeito Patrus Ananias (PT), de quem é aliado, foi secretário de Desenvolvimento Social de Belo Horizonte. Assim como Silveira, Quintão diz que a tarefa do gabinete chefiado por Alckmin é analisar a atual gestão e, assim, apontar lacunas a serem atacadas. “Estamos falando de transição, de diagnósticos, de permitir uma arrancada do governo com consistência de dados.”
Neste ano, foi candidato a vice-governador na chapa de Alexandre Kalil (PSD). Segundo ele, a participação no governo transitório é uma grande responsabilidade. “Acredito que (o convite) tenha a ver com o acúmulo de militância na área, (a trajetória) profissional e de gestão. E, também, uma certa experiência política, legislativa, no setor”, falou, ao Estado de Minas.
Áurea Carolina (Psol)
Deputada federal
Grupo Técnico: Cultura
Naturalidade: Tucuruí (PA) - fez carreira política em Minas
Integrante da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, foi escolhida por 162.740 eleitores em 2018. Antes, exerceu mandato de vereadora de Belo Horizonte por dois anos. No pleito de 2016, foi a parlamentar municipal com melhor desempenho da história da capital mineira, com mais de 17 mil votos – recorde batido depois por Duda Salabert (PDT) e Nikolas Ferreira (PL). Em 2020, Áurea se candidatou a prefeita de Belo Horizonte, mas terminou em quarto lugar, com 8,33% dos votos válidos.
A cultura entrou na vida de Áurea quando ela passou a integrar o grupo de rap Dejavuh. De acordo com a congressista, o hip-hop se tornou sua primeira escola de formação política. Com foco na cultura periférica e nas questões juvenis, Áurea, que disse ter ficado “honrada” com o chamado para colaborar no gabinete transitório, vai levar as ideologias feministas e raciais para o GT da Cultura. “Lá (na Comissão de Cultura da Câmara) atuamos com firmeza no enfrentamento à censura, no socorro ao setor cultural na pandemia, pela descentralização e aprimoramento do fomento e pela valorização da cultura viva, das artes, das culturas negras e periféricas, do patrimônio e dos povos e comunidades tradicionais”, contou, nas redes sociais.
Célia Xakriabá (Psol)
Deputada federal eleita
Grupo Técnico: Povos Originários
Naturalidade: São Paulo (SP) — é ligada a uma aldeia em São João das Missões (Norte de Minas)
Professora e mestra, foi a primeira mulher indígena a entrar em um doutorado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Representou os povos indígenas na COP 26, na Escócia, e participa da edição deste ano da conferência, no Egito. Primeira mulher indígena a representar Minas no Congresso Nacional, Célia vem do território Xakriabá, no Norte do estado, foi assessora de Áurea Carolina — é tida, inclusive, como sucessora dela na Câmara dos Deputados.
“Acredito que (a escolha para a transição) é devido à trajetória no movimento indígena, mas também por ser uma representação eleita. Além disso, já trabalhei na construção de políticas públicas na educação para os povos indígenas, durante a gestão de Macaé Evaristo (na secretaria de Educação) no governo de Minas”, lembrou.
A instauração do comitê dos Povos Originários vai ao encontro da promessa de Lula de criar um ministério para encampar a pauta. Célia, porém, criticou a ausência de representantes da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). A instituição havia enviado ao novo governo uma lista de indicações que poderiam contribuir com o debate sobre os povos originários. “A Apib é um dos maiores movimentos indígenas do país. E foram indicados uma série de nomes para compor a transição. Acreditamos na importância dessa representação para um ministério que, de fato, traga as demandas dos nossos povos. Seguiremos pautando essa ausência, mas reforçando nosso compromisso em levar as pautas do movimento para o debate do grupo técnico.”
Gleide Andrade
Secretária nacional de Finanças do PT
Secretária nacional de Finanças do PT
Grupo Técnico: Coordenação de Organização da Posse
Naturalidade: Divinópolis (Centro-Oeste)
Integrante do diretório nacional petista e candidata a deputada federal neste ano, Gleide Andrade vai atuar no cerimonial, na Coordenação de Organização da posse. O grupo conta, também, com a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, esposa de Lula, e com o embaixador Fernando Igreja. Graduada em filosofia, já ocupou outros cargos na cúpula do PT em Minas, onde foi secretária de Finanças, e no Brasil.
Atuou na Prefeitura de Belo Horizonte durante as gestões dos correligionários Patrus Ananias e Fernando Pimentel. Militante do partido desde a década de 1980, Gleide celebrou o convite oficializado por Alckmin. “Carrego, nesse novo desafio, a esperança que está no coração do povo brasileiro”, disse a petista.
Luiz Cláudio Costa
Ex-integrante do Ministério da Educação; presidente do Observatório de Rankings Acadêmicos e de Excelência (Ireg, em inglês)
Ex-integrante do Ministério da Educação; presidente do Observatório de Rankings Acadêmicos e de Excelência (Ireg, em inglês)
Grupo Técnico: Educação
Naturalidade: Viçosa (Campo das Vertentes)
Na educação, as reuniões da equipe de transição começaram na quarta-feira e o grupo tem até o dia 30 para entregar o primeiro relatório a Lula. Dois mineiros de peso integram a equipe composta por 22 especialistas que têm a missão de reportar a Lula a situação da educação básica e superior. Um deles é o professor e pesquisador Luiz Cláudio Costa, de Viçosa (no Campo das Vertentes). No governo da petista Dilma Rousseff (2011-2016), trilhou um percurso importante no Ministério da Educação (MEC), enquanto secretário de Educação Superior, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e secretário-executivo da pasta. Chegou mesmo a assumir o cargo de ministro interino.
Ex-reitor da Universidade Federal de Viçosa (UFV), é o presidente do Observatório de Rankings Acadêmicos e de Excelência (Ireg, na sigla em inglês), uma referência mundial em rankings universitários e ligada à Unesco. E está ainda à frente do Centro Universitário Iesb, em Brasília. Até 10 de janeiro, data-limite da nomeação, sua equipe está encarregada de coletar dados, dialogar com o MEC e com entidades vinculadas à educação. “Verificamos a situação e solicitamos os dados de que precisamos para o relatório. Não é um programa de governo, não vamos refazê-lo. Vamos indicar pontos de atenção e de risco, por exemplo, na questão orçamentária, no custeio das universidades, Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e custo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)”, explicou.
Macaé Evaristo (PT)
Deputada estadual eleita
Deputada estadual eleita
Grupo Técnico: Educação
Naturalidade: São Gonçalo do Pará (Noroeste)
Primeira mulher negra a ocupar cargos de primeiro escalão no Poder Executivo de BH, é professora e assistente social com mestrado em educação pela UFMG. Foi secretária municipal (2005 a 2012) e estadual (2015 a 2018) de Educação. Em 2013 e 2014, foi titular da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do MEC. É vereadora na capital, mas em 2023 assume vaga na Assembleia Legislativa. Uma das funções de Macaé no comitê é relacionar pautas educacionais a outras políticas públicas ligadas ao combate às desigualdades. “Minha atuação é focada no fortalecimento das políticas de educação integral, diversidade e inclusão em todos os níveis. Articular as políticas educativas com a diversidade de políticas sociais de combate a fome, a pobreza e de igualdade racial”, projetou, revelando que o GT de Educação já se reuniu com entidades como o Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (MIEIB) e os Reitores pela Democracia. “O diálogo é o caminho para a reconstrução que o MEC precisa”, completou.
Para ela, o retorno de Lula ao Planalto vai facilitar o investimento no ensino. “O Brasil precisa de um governo que se comprometa com a dignidade da vida humana, com a redução das desigualdades, com o planeta. Além disso, o que estava em disputa nas últimas eleições presidenciais era o futuro da democracia no Brasil”, pontuou. “Teremos muito trabalho para recuperar o que foi destruído nos últimos quatro anos e avançar”, finalizou.
Martvs das Chagas (PT)
Secretário de Planejamento da Prefeitura de Juiz de Fora
Grupo Técnico: Igualdade Racial
Naturalidade: Raul Soares (Zona da Mata)
Secretário Nacional de Combate ao Racismo do PT e secretário de Planejamento do Território e Participação Popular de Juiz de Fora, Martvs das Chagas é sociólogo de formação e ex-interino do Ministério de Promoção da Igualdade Racial na primeira gestão de Lula. Passou, também, pela Fundação Palmares, entidade responsável por promover a cultura afro-brasileira. Ele é crítico de Sérgio Camargo, que presidiu a fundação durante parte do governo do presidente Jair Bolsonaro.
Martvs é outro a crer que a transição precisa fornecer diagnósticos precisos à nova administração federal. Defensor da recriação do Ministério da Igualdade Racial, o sociólogo é entusiasta do trabalho conjunto entre as diferentes pastas da Esplanada dos Ministérios.
“Historicamente, o movimento negro já vem apontando algumas políticas cruciais ao povo negro. Saúde, educação, geração de emprego e renda e segurança pública, com certeza. A partir desses ministérios, que consideramos mais importantes, vamos atuar”, pontuou, à reportagem, na semana retrasada.
Mauro Borges Lemos
Ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Grupo Técnico: Indústria, Comércio e Serviço
Naturalidade: Cássia (Sul)
Economista, assumiu o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior durante o governo da presidente Dilma Rousseff. À época, substituiu Fernando Pimentel (PT), posteriormente eleito para o governo de Minas Gerais. Entre 2015 e 2016, Borges foi presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Pesquisador, se debruça sobre áreas como desenvolvimento econômico, economia regional e urbana, bem como economia industrial e da tecnologia. Entre 2011 e 2014, integrou o Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Chegou, inclusive, a presidir o conselho. Foi, ainda, professor titular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Nilma Lino Gomes
Mestra em Educação pela UFMG e integrante da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros – ABPN; ex-ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
Grupo Técnico: Igualdade Racial
Naturalidade: Belo Horizonte
É graduada em pedagogia e mestra em Educação pela UFMG, além de doutora em antropologia social pela Universidade de São Paulo (USP). Integra a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN). Coordenou o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Étnico-Raciais e Ações Afirmativas (Nera). Entre 2013 e 2014, foi a primeira mulher negra a ocupar o cargo mais importante em uma Universidade Federal no Brasil – reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab). Em janeiro de 2015, deixou a função para ser ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República, no governo da presidente Dilma Rousseff.
Patrus Ananias (PT)
Deputado federal e ex-ministro do Desenvolvimento Social
Deputado federal e ex-ministro do Desenvolvimento Social
Grupo Técnico: Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Naturalidade: Bocaiúva (Norte)
Vai atuar no grupo que leva o nome do ministério que comandou entre 2004 e 2010. Ganhou projeção por ter sido um dos responsáveis pelo fortalecimento do Bolsa-Família. Foi prefeito de Belo Horizonte entre 1993 e 1996; em 2002, elegeu-se deputado federal. Neste ano, conseguiu renovar o mandato que exerce na Câmara dos Deputados. Em 2012, Patrus tentou retornar à Prefeitura de BH, mas perdeu para Marcio Lacerda (então no PSB). Dois anos antes, foi candidato a vice-governador na chapa de Hélio Costa (MDB). A coalizão liderada por ambos não superou Antonio Anastasia — à época no PSDB. No último ano do governo Dilma Rousseff, atuou como ministro do Desenvolvimento Agrário.
Romênio Pereira (PT)
Secretário de Relações Internacionais do PT nacional
Grupo Técnico: Relações Exteriores
Naturalidade: Patos de Minas (Alto Paranaíba)
Oriundo do núcleo de fundadores do PT, é um dos representantes de Minas na Executiva nacional do partido. Antigo aliado de Lula, ajuda a cúpula petista a definir as diretrizes do diálogo com forças políticas internacionais. Já foi presidente estadual da sigla e ocupou outros cargos no diretório nacional, como vice-presidente e secretário-geral. A composição do grupo técnico de Romênio Pereira simboliza o caráter ampliado que a campanha de Lula ganhou. Prova disso é o ex-senador Aloysio Nunes, histórico militante do PSDB e ex-ministro das Relações Exteriores, que também compõe o núcleo.