O presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, afirmou que “não é da vontade do PL impedir a posse de ninguém”. Ele se referiu ao relatório da legenda sobre supostas falhas em mais de 279 mil urnas na disputa do segundo turno entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Início Lula da Silva (PT), que venceu com 50,9% dos votos válidos.
“O que o PL quer? Que anulem os votos dessas urnas e que Bolsonaro seja empossado?”, perguntou um jornalista na entrevista coletiva nesta quarta-feira (23/11). "Nossa vontade não é impedir a posse de ninguém, mas que se cumpra a Lei", respondeu Valdemar Costa Neto.
De acordo com o presidente do PL, o documento não tem objetivo de gerar uma nova votação, e sim apontar indícios que colocam em dúvida o processo eleitoral em si.
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“Numa democracia temos os poderes. Temos que viver bem e ter uma relação próxima entre si. O que não podemos ter é um fantasma. Como um fantasma da eleição de 2022", frisou.
"Por isso, pedimos que o TSE... Não é uma nova eleição. Não faz sentido. É uma coisa que envolve várias pessoas. É uma loucura. Atinge a vida dos senadores, dos governadores… não era essa nossa intenção. Nossa intenção é a discutir a história do Brasil. Como vamos viver com o fantasma da eleição? TSE está aí para isso", complementou Valdemar.
Nessa terça-feira (22/11), o PL pediu a anulação de 279.336 urnas no segundo turno. No relatório, o partido alega "falhas insanáveis" que colocaram em risco o resultado da disputa entre Bolsonaro e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O texto cita ainda uma auditoria que apontava fragilidade de tecnologia da informação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para colocar em dúvida a segurança da votação.
"O quadro de atraso encontrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) referente à implantação de medidas de segurança da informação mínimas necessárias gera vulnerabilidades relevantes. Isso poderá resultar em invasão interna ou externa nos sistemas eleitorais, com grave impacto nos resultados das eleições de outubro", diz o PL.
"O quadro de atraso encontrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) referente à implantação de medidas de segurança da informação mínimas necessárias gera vulnerabilidades relevantes. Isso poderá resultar em invasão interna ou externa nos sistemas eleitorais, com grave impacto nos resultados das eleições de outubro", diz o PL.
Depois do anúncio, Alexandre de Moraes, presidente do TSE, deu 24 horas para o PL incluir na petição os dados da suposta auditoria também no primeiro turno das eleições, sob pena de indeferimento incial. O prazo terminou hoje, minutos antes da coletiva de Valdemar Costa Neto.
Eleições
Lula foi eleito presidente do Brasil com 60.345.333 votos (50,9% dos válidos). No dia 1º de janeiro de 2023, ele assume o terceiro mandato não consecutivo à frente do Palácio do Planalto e se torna o político mais vezes levado ao comando do Poder Executivo pelo voto direto na história da República. O petista já havia dirigido o país de 2003 a 2010.