“O céu está menos nublado, embora não esteja plenamente azul ainda”, afirmou Dino em coletiva de imprensa logo após a reunião, que ocorreu no Centro Cultura Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição. “É uma dissipação progressiva dessa ideia de ideologização das polícias, que foi vista como uma ameaça objetiva, e que talvez tenha sido”, continuou.
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Comandantes das Polícias Militares dos estados compareceram na tarde à sede da transição. Entre os estados representados estavam Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Bahia, entre outros. O grupo técnico de Justiça e Segurança Pública reuniu-se ainda com secretários de segurança dos estados, secretários de assuntos penitenciários e entidades representativas da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Dino relatou ainda que vários dos comandantes da PM presentes no encontro reforçaram o compromisso da corporação com a democracia, “Não foi um ou dois, vários disseram ‘nós estamos comprometidos com o Estado Democrático de Direito. Nós estamos comprometidos com a Lei, Não estamos comprometidos com uma ideologia e não queremos uma polícia ideologizada’”, disse o senador eleito. “Tudo o que nós queríamos ouvir”, acrescentou.
A avaliação do governo de transição é que foram desfeitas visões pré-concebidas em relação ao programa de governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante a reunião, um dos comandantes perguntou se Lula tinha planos de extinguir a Polícia Militar. “Claro que não, mas existia essa dúvida e surgiu na reunião”, comentou Dino.
Os comandantes das PMs levaram as pautas da corporação nos diversos estados para o governo de transição. A que mais se destacou foi apoio para a tramitação da Lei Orgânica da Polícia Militar. “Nós sinalizamos que sim”, disse Dino, mas alertou que o governo federal não pode passar por cima dos governadores estaduais no trato com as Polícias Militares. “A linha de comando das Polícias Militares é dos governadores, mas as pautas federais terão pleno trânsito”, completou o senador eleito. Ele é um dos mais cotados para assumir o ministério de Justiça e Segurança Pública a partir de janeiro.