Ante a dificuldade do gabinete provisório do novo governo em destravar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição no Congresso, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá de entrar em campo para articular o avanço do texto. Ele virá a Brasília na próxima semana e se reunirá com líderes políticos e com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSB-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Lula ainda não entrou nas negociações por causa da viagem ao Egito, onde participou da COP27 - a conferência do clima -, e devido à cirurgia na garganta, mas, agora, tomará as rédeas da situação. A informação é da presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR).
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Mais ausente que 'pato manco': a reclusão de Bolsonaro após derrota para LulaHaddad diz que Lula priorizará reforma tributária no início do governoDeputado do PL critica pedido de intervenção militar: 'Não é democrático'A presidente do PT admitiu que a largada da proposta criou rusgas. "Penso que nós temos de conversar mais com as bancadas, com os partidos que compõem a nossa base. Talvez a forma como foi iniciado o processo possa ter desagradado. Acho que temos espaço para conversar e penso que teremos um bom resultado", afirmou.
A deputada ressaltou que o benefício tem a aprovação da população. "Isso tudo que estamos discutindo em relação à PEC foi aprovado por 100% do eleitorado brasileiro: quem votou no presidente Lula, e também quem votou em Bolsonaro, de que precisa desse programa. Então, está provado pela sociedade. E tenho certeza de que o Congresso Nacional terá a sensibilidade, como uma casa de representação popular, para levar adiante a proposta", disse.
Em Brasília, o coordenador dos grupos técnicos da equipe de transição, Aloizio Mercadante, também destacou que a prioridade máxima é a PEC. "Sobre eventuais alternativas, nós temos propostas na mesa neste momento. Todo esforço está em relação a construir uma maioria e uma urgência para aprovar no Senado e na Câmara", comentou.
Ministérios
Na conversa que teve nessa sexta-feira (25/11) com Gleisi e com o senador Jaques Wagner (PT-BA), responsável pela articulação política da PEC, Lula não tratou de escolhas para os ministérios, segundo a presidente do PT.
"Não foi definido nenhum nome. O presidente tem vários nomes na cabeça. Já tem mais ou menos o que está pretendendo para o ministério (da Fazenda), mas ele também não está com pressa nessa definição", sustentou. "Vai fazê-la no momento em que achar oportuno. Quer ter bastante segurança nesse sentido. Pode ser que ele fale na semana que vem, ou não. Não é essa a finalidade dessa ida dele a Brasília."