O Exército decidiu na semana passada a aquisição de 98 veículos do modelo Centauro II, da marca italiana Iveco-Oto-Melara. Chamado de "caça-tanques", o blindado pesa 30 toneladas e tem um canhão de longo alcance. O contrato seria assinado nesta segunda-feira (5/12), no último mês do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo o desembargador Wilson Alves de Souza, que assina a decisão, é "evidente a falta de bom senso" ao fazer uma compra desse valor ao mesmo tempo em que se faz cortes de verbas da educação e da saúde.
No final de novembro, o governo decidiu bloquear R$ 5,7 bilhões do orçamento, com os Ministérios da Educação e da Saúde sofrendo os maiores cortes.
Na decisão, o magistrado diz que não é urgente a compra de armas em tempos de paz. "Ao que consta a todos, a única guerra que se está a enfrentar nesse momento é a travada contra a COVID-19, que permanece e recrudesce no atual momento e isso também é fato público e notório -, a exigir mais investimentos em lugar de cortes, exatamente na área da saúde", diz o documento.
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O reportagem entrou em contato com o Exército brasileiro. Caso haja resposta, o texto será atualizado.