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Estado de Minas FORMIGA

Bolsonaristas são presos por suspeita de agredir homem com bastão

A vítima passeava com o cachorro quando reclamou da movimentação e barulho gerado pelo acampamento na porta do 'Tiro de Guerra'


05/12/2022 21:25 - atualizado 05/12/2022 21:25

O cotovelo da vítima trincou e o punho ficou quebrado com os golpes de bastão
O cotovelo da vítima trincou e o punho ficou quebrado com os golpes de bastão (foto: Arquivo Pessoal/João Átila)

Um homem de 34 anos foi agredido com golpes de bastão nesta segunda-feira (5/12), em Formiga, no Centro-Oeste de Minas, por manifestantes bolsonaristas acampados na porta do "Tiro de Guerra". João Átila da Silva Leão foi reclamar sobre os incômodos causados à vizinhança pelo protesto. Os suspeitos foram presos. 
 
Os bolsonaristas estão acampados no local, que fica no Bairro Sagrada Família, há cerca de um mês em protesto contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com a Polícia Militar (PM), o suspeito tem 56 anos. Ele estava acompanhado de outro manifestante, de 41, que teria difamado a vítima.


A ocorrência


João Átila passeava com o cão dele, assim como de praxe, quando falou com os manifestantes acampados na rua que eles estavam incomodando os moradores devido à movimentação. Dois deles, então, reagiram.

Irmã da vítima, Mayra Issa contou que, enquanto um dos bolsonaristas rebatia com agressões verbais, o outro, de 56 anos, acertou o irmão dela com um golpe de bastão. Ao tentar se defender, escondendo o rosto, a arma atingiu o punho dele. 

Com a agressão, o cachorro de João Átila se assustou e, para evitar que avançasse contra o agressor, ele o segurou. Entretanto, segundo Mayra, mesmo sem a reação do irmão, o suspeito desferiu outro golpe que acertou o cotovelo.

A vítima foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Ele sofreu fratura no punho e o cotovelo ficou trincado.


Raiva e angústia


Essa não é a primeira vez que o protesto é alvo de reclamações. Segundo Mayra Issa, outros moradores já haviam reclamado dos incômodos gerados pelos manifestantes. 

A vizinhança, segundo ela, é formada praticamente por idosos. Um deles é a avó dela, de 80 anos, que está sob os cuidados do irmão.

O acampamento está instalado há cerca de um mês na Porta do "Tiro de Guerra". Mayra diz que, ao longo deste período, é comum barulho gerado por músicas, churrascos e foguetório.

“É revoltante, inaceitável. É uma mistura de angústia e raiva de ver que é uma manifestação nem um pouco pacífica, não é com a intenção de melhorar, estão sendo, na verdade, manifestações agressivas”, desabafou.

Enquanto João Átila se recupera, a família estuda quais medidas deverão ser tomadas contra os agressores. Mayra ainda relata que o irmão tem sofrido ameaça por manifestantes que continuam acampados no local. 

“Precisa ser feito algo e a gente tem que analisar porque ele está sofrendo ameaça. Continuam pessoas lá. Eles falam que estão mexendo com cachorro grande”, contou.

Os dois suspeitos, de acordo com a Polícia Militar, foram presos. O homem de 56 anos pelo crime de lesão e o outro, de 41 anos, por difamação.
 
*Amanda Quintiliano especial para o EM

 


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