A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) rejeitou nesta terça-feira (6/12), por 16 votos a 10, o requerimento de audiência pública apresentado pela base do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre os impactos financeiros da PEC da Transição. O pedido foi avaliado pelos senadores nesta tarde e poderia inviabilizar a aprovação da proposta no Congresso antes do recesso parlamentar.
O requerimento de audiência pública foi apresentado nesta tarde pelo líder do governo Bolsonaro no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), e pelos senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Eduardo Girão (Podemos-CE).
Segundo Girão, a audiência foi solicitada para avaliar a "repercussão dos impactos de uma votação importante que nós vamos fazer". O parlamentar negou ainda que o pedido foi feito para atrasar a tramitação da matéria. "Será que é pedir demais uma audiência pública para que a gente possa ouvir os dois lados?", questionou.
Nos bastidores, porém, se fala em tentativa de atrasar o andamento da PEC, considerada essencial para o governo eleito. A base do governo Bolsonaro critica a velocidade de tramitação da PEC e denuncia que não foi ouvida antes da apresentação do projeto inicial, de autoria do senador Marcelo Castro (MDB-PI). A medida é apelidada de "prato feito", pela falta de negociação prévia.
Com a rejeição do pedido de audiência pública, a PEC da Transição continua a ser discutida na CCJ e pode inclusive ser votada hoje. A matéria também já está pautada para a sessão deliberativa do Senado de amanhã (7/12), no Plenário.