Em voto, o ministro Ricardo Lewandowski, relator das contas do petista, apontou que embora a área técnica do tribunal tenha apontado algumas inconsistências, a campanha do PT demonstrou a legalidade das despesas.
"As inconsistências pontuais no montante de R$ 187 mil representavam apenas 0,124% do total de recursos arrecadados na campanha e ainda assim foram superadas as objeções pelos documentos apresentados pelos candidatos. Esse entendimento foi corroborado pela PGE [Procuradoria-Geral Eleitoral]", afirmou.
Inicialmente, a assessoria técnica do TSE apontou irregularidades em R$ 620 mil na prestação de contas da campanha de Lula, mas com os documentos entregues pela defesa do petista, o foco passou a ser três itens: omissão de despesa (R$ 146 mil), passagens duplicadas (R$ 5.000) e despesas com material de campanha (R$ 35 mil).
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Por conta disso, a área técnica emitiu parecer defendendo a aprovação das contas de Lula, mas com ressalvas: a campanha do petista deveria devolver R$ 41 mil ao Tesouro Nacional. O PT, porém, explicou os gastos em novos documentos levados ao TSE:
Em relação à omissão de despesas de R$ 146 mil, a campanha de Lula afirmou que os valores se referem a serviços gráficos contratados pelo diretório estadual do PT no Rio de Janeiro, que emitiu a nota em nome da campanha ao invés do órgão estadual;
As passagens duplicadas não foram utilizadas, e sim convertidas em créditos para abater a compra de outras passagens. Comprovantes foram anexados;
Já sobre as despesas com material de campanha, foram levados comprovantes que o material foi produzido.
Após as explicações da campanha de Lula, o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet Branco, defendeu que as contas fossem aprovadas sem ressalvas. Para ele, não havia mais irregularidades a serem sanadas.
"A aprovação das contas pelo TSE é resultado de um trabalho minucioso da equipe e da coordenação financeira da campanha, que demonstrou probidade e zelo no uso dos recursos. A decisão da Justiça Eleitoral chancela a lisura do pleito", afirmou o advogado Lauro Seixas, responsável pela prestação de contas de Lula.
A prestação de contas é a última etapa antes da diplomação de Lula e Alckmin como presidente e vice-presidentes eleitos.
Nesta terça (6), o TSE também validou os resultados das urnas, certificando que o petista foi eleito nas eleições e confirmando a cerimônia de diplomação.
O evento está marcado para o próximo dia 12 de dezembro na sede do TSE --tradicionalmente o evento é realizado até o dia 19, mas a equipe do petista pediu para antecipar a data.
Há o receio --dentro e fora do tribunal-- de que a diplomação pudesse atrair tumultos semelhantes ao registrado no Capitólio dos Estados Unidos, em 2021, quando apoiadores do ex-presidente Donald Trump tentaram impedir a certificação das eleições que elegeram Joe Biden.