Pamela Volp, ex-vereadora de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, foi condenada a quatro anos de prisão por extorsão em uma das várias denúncias feitas contra ela por coação a travestis. Ela está presa desde novembro de 2021 por conta de uma operação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Ela ainda pode recorrer da decisão.
O juiz da 1ª Vara Criminal da comarca de Uberlândia, Marcio José Tricotti, acatou em parte os pedidos da promotoria e ainda sentenciou Volp a pagar multa.
A denúncia dava conta de que a ex-vereadora constrangeu e extorquiu a vítima, que trabalhava como garota de programa, em um ponto de prostituição no Bairro Osvaldo Rezende. Além de ser ameaçada por duas vezes, ela foi coagida a pagar uma diária de R$ 50 para Pâmela Volp e abandonar o ponto em que estava.
Para o magistrado, as provas contra a ré eram robustas, apontando que Volpe não media esforços para manter domínio sobre o esquema de exploração sexual de mulheres trans na cidade do Triângulo Mineiro.
Na audiência de instrução e julgamento, a vítima chegou a relatar que não existia possibilidade de trabalho para as travestis em Uberlândia: ou eram partidárias da Pâmela Volp ou não trabalhavam. Isso sem contar ameaças constantes.
Apesar da condenação a quatro anos de prisão, inicialmente em regime aberto, Volp segue recolhida preventivamente por outros crimes apurados na operação Libertas, aguardando também o julgamento deles.
A operação
Em novembro de 2021, a antiga legisladora foi detida em casa, no Bairro Umuarama, zona leste de Uberlândia. Ela é apontada como cabeça de uma associação criminosa que estabeleceu monopólio da exploração sexual de travestis e transexuais, não só na cidade, mas também na região do Triângulo. Para isso, eram feitas ameaças e praticadas agressões contra quem tenta praticar a prostituição fora do grupo.