O ex-deputado federal Roberto Jefferson foi denunciado por tentativa de homicídio contra policiais federais que cumpriam mandado de prisão na casa do líder do PTB em outubro. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), foram aproximadamente 60 tiros disparados contra os agentes e três granadas adulteradas com elementos letais arremessadas pelo ex-parlamentar na ocasião.
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PGR é contra a saída de Roberto Jefferson da cadeia rumo a hospital privadoMoraes converte prisão de Roberto Jefferson para prisão preventivaRoberto Jefferson: a cronologia da prisãoRoberto Jefferson: ex-deputado cai, bate a cabeça e desmaia na prisãoMoraes afasta prefeito que incentivou atos após derrota de BolsonaroJanja divulga cronograma da festa da posse de LulaAlém de apontar que Roberto Jefferson premeditou o ataque acompanhando a chegada da PF por câmeras de segurança, a denúncia cita que parte do armamento presenta na casa do ex-deputado era irregular, por não corresponder ao endereço declarado ao Comando do Exército.
“A posse por parte de ROBERTO JEFFERSON da arma de fogo e das 8.332 munições, no imóvel residencial situado na Rua Marcelino Ferreira Marinho, n.º 9, Bairro Gulf, Comendador Levy Gasparian-RJ, deu-se em desacordo com determinação regulamentar, uma vez que aquele endereço não corresponde ao da guarda do acervo de armas e munições, declarado ao Comando do Exército por ROBERTO JEFFERSON, na condição de CAC (caçador, atirador e colecionador)”, diz o documento.
Na denúncia, apresentada à 1ª Vara Federal de Petrópolis, o MPF traz também o depoimento de uma testemunha que estava em uma casa vizinha a de Roberto Jefferson em Levy Gasparian, interior fluminense. No imóvel acontecia uma festa com 20 participantes, sendo 16 deles crianças. Uma delas se lesionou gravemente, tendo uma fissura na costela quando tentava se proteger das granadas.
Na ocasião, a Polícia Federal revidou os ataques após um dos disparos atingir uma mulher da corporação. Dois agentes ficaram feridos. Apesar do tiroteio, os policiais não invadiram a casa de Jefferson, que negociou amigavelmente a rendição após cerca de oito horas de nogaciação.
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Em 23 de outubro, durante o segundo turno das eleições, Roberto Jefferson estava em prisão domiciliar, medida revogada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após descumprimento de vários pontos acordados entre a Justiça e o ex-parlamentar. Entre as ações estava um vídeo gravado pelo ex-deputado chamando a ministra Carmen Lúcia de prostituta.
Apoiador contundente do presidente Jair Bolsonaro (PL), Jefferson foi condenado à prisão no inquérito das milícias digitais, que tramita no STF.