Jornal Estado de Minas

GOVERNO LULA

Fernando Haddad será pela segunda vez ministro do governo Lula

Pela segunda vez, o professor universitário Fernando Haddad, de 59 anos, é escolhido para ser ministro do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 2005, Haddad foi convidado para chefiar a Educação, pasta que o projetou nacionalmente. desta vez, ele assume a missão de comandar o Ministério da Fazenda.




 
Depois da gestão à frente de um dos ministérios mais importantes e com um dos maiores volumes de recursos do governo federal, Haddad foi eleito prefeito de São Paulo em 2012, ao vencer o tucano José Serra. No entanto, não conseguiu se reeleger em 2016 por enfrentar o antipetismo motivado pela crise do Partido dos Trabalhadores, cuja imagem foi corroida pela Operação Lava Jato.
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Também pesaram contra ele os efeitos negativos do impeachment de Dilma Rousseff (PT) naquele ano. Atrelado à crise do partido em que construiu sua trajetória política de mais de três décadas, Haddad foi mal avaliado na periferia de São Paulo e não consegiu se reeleger, perdendo para o tucano João Doria.
 
Neste ano, aceitou a missão de candidatar-se ao governo de São Paulo, estado que nunca foi governado pelo PT.  A candidatura foi fundamental para a eleição de Lula. Embora tenha perdido para Tarcísio de Freitas (Repulicanos) - que teve o apoio de Jair Bolsonaro (PL) - no estado, ele foi o mais bem votado na capital. Apesar de sair derrotado das urnas, seu desempenho contribuiu significativamente  para que Lula ganhasse na capital paulista.




 
Haddad integra o núcleo duro de aliados de Lula, com quem esteve no momento mais difícil da história do ex-metalúrgico. Em 14 de novembro de 2018, depois de ter perdido o segundo turno para Bolsonaro, Haddad visitou Lula na prisão em Curitiba, ocasião em que o ex-presidente prestou um depoimento na ação do sítio em Atibaia, movida contra ele na época.
 
Desconhecido por grande parte do eleitorado no Brasil, Haddad foi derrotado nas eleições de 2018 por Jair Bolsonaro (então no PSL). Seu nome surgiu como alternativa do PT à Presidência depois de Lula ter sido condenado e impedido pela Lei da Ficha Limpa de se candidatar. Muitos analistas atribuem a chegada de Haddad ao segundo turno da eleição presidencial ao legado de Lula. 
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Fernando Haddad nasceu no dia do aniversário de São Paulo, 25 de janeiro de 1963, filho de Khalil Haddad e Norma Thereza Goussain Haddad. A militância teve início no movimento estudantil, na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco da Universidade de São Paulo (USP). Em 1984, foi eleito  presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto, e atuou intensamente na campanha pelas Diretas Já.




Formação acadêmica

Haddad formou-se em direito em 1985 na USP e, no ano seguinte, foi aprovado para o mestrado em economia na mesma universidade. Em 1990, defendeu a dissertação "O caráter sócio econômico do sistema soviético".
 
Em 1991, foi aprovado para o doutorado em Filosofia também na USP, concluído em 1991 com a defesa da tese "De Marx a Habermas - O Materialismo Histórico e Seu Paradigma Adequado”.

Em 1991, iniciou a carreira como professor no curso de Ciência Política da USP, onde desenvolveu uma trajetória acadêmica respeitada. 

Carreira Política  

Haddad começou a carreira política na gestão da prefeita Marta Suplicy em São Paulo, quando foi convidado para ser chefe de gabinete da Secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico do município. Em 2003, foi convidado a integrar a equipe de Guido Mantega no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Em 2004, assumiu o cargo de Secretário-Executivo do então ministro da Educação Tarso Genro.





Em 2005, assumiu o Ministério da Educação e ficou até 2012. À frente da pasta, criou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que passou a medir a qualidade do ensino fundamental e médio no país. Também na sua gestão, foi criado o Sistema de Seleção Unificada com o propósito de gerenciar o acesso às universidades públicas pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Haddad foi prefeito de São Paulo entre 2013 e 2016.  Em 2018, com o afastamento de Lula devido à condenação pela Lava-Jato, que depois foi anulada, Haddad foi indicado como candidato do PT à presidência da República, com Manuela d'Ávila (PCdoB) como vice. Haddad perdeu para Jair Bolsonaro. E, neste ano, candidatou-se ao governo de São Paulo, mas não foi eleito.