O indígena José Acácio Serere Xavante, preso pela Polícia Federal (PF), na tarde desta segunda-feira (12/12), conhecido como Cacique Tserere, estaria sendo financiado pelo fazendeiro paulista, Dide Pimenta, natural de Araçatuba, que tem propriedade em Campinápolis (MT). A região é onde está demarcada a Terra Indígena Parabubure, a qual vive parte da população Xavante e a família do cacique. Cerca de 27 mil indígenas vivem na região, distribuídos em nove terras indígenas.
Para chegar e se manter por cerca de 10 dias na capital federal, o indígena teria sido financiado pelo fazendeiro, que explica a ação e pede mais ajuda financeira em um vídeo. Didi afirma que foi procurado pelo cacique porque “queria ajudar na manifestação”.
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“Estamos empenhado nessa luta junto com Tserere e Xavantes para manter nossa democracia e nosso capitão no governo”, disse.
Quem é o "cacique"?
Tserere não tem a função de cacique na aldeia dele, na verdade quem comanda o local é o Cacique Celestino. Interlocutores da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), explicam que o indígena não é tradicional. Ele se casou há seis anos com uma mulher não indígena e atua como pastor evangélico. A decisão religiosa ocorreu após ser preso por tráfico de drogas. Ele diz que recebeu uma aula para se tornar pastor dentro da prisão e depois "seguiu o chamado".
A vida política dele teve início em 2010, quando foi candidato à prefeitura de Campinápolis pelo PROS, mas teve votação irrisória, recebendo uma forte rejeição dos próprios Xavantes.
Ainda assim, seguiu pelo caminho da direita e decidiu apoiar Bolsonaro. Em 2020, ganhou notoriedade em grupos bolsonaristas nas redes sociais. No acampamento do Quartel General em Brasília, ele anda sem camisa, com o corpo pintado e é filmado tecendo críticas ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e às urnas eletrônicas.