O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já revelou a interlocutores que estuda dividir o Ministério da Educação (MEC) em duas pastas, e com isso facilitar a acomodação das diversas forças políticas em seu governo.
Pelo desenho imaginado, a pasta seria desmembrada para a criação de um ministério que cuidasse exclusivamente da educação básica, e outro, que trataria do ensino superior.
presidente eleito não confirmou a informação. "Não, não. Estou pensando em outras coisas", respondeu ele rapidamente, quando questionado pela Folha na saída da posse de Bruno Dantas na presidência do Tribunal de Contas da União (TCU).
À reportagem, o Segundo um outro integrante de sua equipe, a ideia foi aventada pelo grupo de transição, mas a sua execução seria complicada e não faria sentido neste momento. O MEC seria um ministério enorme e com um desenho já consolidado.
Hoje a pasta é cobiçada por diversos grupos políticos que apoiam Lula.
O nome preferido dele para ocupá-la era o da governadora do Ceará, Izolda Cela, que era do PDT e hoje está sem partido. Mas o senador eleito Camilo Santana, do PT do Ceará, também é cotado para o cargo.
Lula enfrenta ainda problemas para acomodar Simone Tebet, do MDB do Mato Grosso do Sul.
A divisão do MEC abriria nova vaga e facilitaria a resolução do xadrez.
A possibilidade é debatida desde o fim da semana passada. Ainda não há definição sobre o assunto.
Caso seja criado, o Ministério do Ensino Superior incorporaria a pasta da Ciência e Tecnologia, que hoje conta com poucos recursos e é pouco atrativa para candidatos a ministro.
Lula lembrou a um dos interlocutores que a ideia foi defendida, no passado, pelo ex-senador e ex-ministro da Educação de seu primeiro governo, Cristovam Buarque.
Os defensores da proposta na equipe de Lula argumentam que hoje o MEC trata de realidades muito diferentes: a da inserção das crianças e adolescentes nas escolas e a melhoria do ensino para essa faixa etária, e temas muito diversos para o ensino superior.
Um outro integrante da equipe de Lula detalhou a ideia a políticos e magistrados, dizendo que um possível Ministério do Ensino Superior poderia se dedicar com maior empenho à conexão entre ensino superior e inovação tecnologia, por exemplo.