Em reunião na terça (13/12), Rui pediu ao atual chefe da pasta, Ciro Nogueira (PP), para o governo Bolsonaro disponibilizar alguma das residências em Brasília à equipe de Lula. A transição não fez um pedido formal ao atual governo, mas Ciro sinalizou a Rui que conversaria com sua equipe para agilizar a liberação de um espaço para o próximo presidente.
Atualmente, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reside na Granja do Torto. No entanto, ele sairá em férias a partir de segunda-feira (19/12) e o imóvel deve ser desocupado.
Rui Costa afirmou nesta sexta-feira (16/12) que, caso se confirme notícia que a residência está desocupada, irá realizar uma visita ao local. A decisão final, no entanto, caberá ao presidente eleito.
"Eu conversei com ele [Ciro], pedindo para que ele avaliasse um dos imóveis que pudesse ser disponibilizado. Talvez o mais simples, o mais fácil, o mais rápido seria onde estava o ministro da Economia, porque a casa é presidencial, a Granja do Torto. E que de qualquer forma ele está saindo, faltam 15 dias, o ministro pode muito bem ir para um hotel e ficar esses últimos 15 dias e liberar a casa para que o presidente antes mesmo da posse tenha uma instalação adequada", afirmou Costa.
"Eu vou confirmar essa informação. Ao vir aqui eu recebi essa informação. Vou ligar para o ministro Ciro [Nogueira] e confirmar. Se for, amanhã mesmo já farei com a equipe técnica uma visita à casa para ver a possibilidade o quanto antes de o presidente ter um espaço mais adequado para se instalar", continuou o futuro ministro.
Atualmente, Lula está hospedado em um hotel em Brasília —e sua equipe trabalha com a previsão que ele deverá permanecer nele.
A legislação não prevê o benefício de moradia para o presidente eleito. Ele pode contar apenas com a segurança pessoal, solicitada pelo coordenador do gabinete de transição, no caso Geraldo Alckmin (PSB).
No entanto, nas últimas transições, houve a oferta pela parte dos presidentes em exercício para que seus sucessores ocupassem a residência oficial da Granja do Torto. Em 2002, o então mandatário Fernando Henrique Cardoso (PSDB) sugeriu por cortesia que Lula e sua esposa ocupassem o local, mas o petista só deu entrada no imóvel dias antes da posse.
A mesma oferta foi feita no fim de 2018 por Michel Temer (MDB) para o então vitorioso Jair Bolsonaro (PL). Ele havia inicialmente decidido se hospedar no apartamento funcional de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), mas depois aceitou o convite para se mudar para o Torto.