"Me parece que tem gente tentando evitar que aconteça (as obras no metrô). Mas estamos confiantes de que, nesta quinta-feira, 22, lá na B3, em São Paulo, o leilão será realizado com êxito", disse Zema, durante evento com secretários de Estado no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte.
Embora seja apoiada pelo governo mineiro, a privatização do metrô de BH é conduzida pela União. Isso porque, para entregar os trens belo-horizontinos à iniciativa privada, será preciso desestatizar a porção mineira da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Como mencionou o governador, o leilão do modal está agendado para esta semana, na Bolsa de Valores de São Paulo (SP).
A empresa vencedora da concorrência terá de investir R$ 3,7 bilhões na modernização do metrô. A expectativa é que parte do montante seja aplicado na construção de uma segunda linha férrea, que vai ligar o Barreiro ao Calafate.
Na semana passada, o PT pediu à Justiça Federal a suspensão do leilão, mas teve a solicitação negada. A avaliação do partido é que o tema deveria ser discutido com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após a chegada do novo governo federal ao poder.
Paralelamente, funcionários da CBTU, em greve por causa da iminente privatização, também protestam. Ontem, durante a diplomação dos eleitos em Minas Gerais, o Sindicato dos Metroviários do estado (Sindimetro-MG), fez um ato criticando as consequências, aos passageiros e trabalhadores, da venda do modal.
"Grandes obras vão mudar cenário"
Zema e os secretários se reuniram em BH para apresentar, à imprensa, um balanço da primeira gestão do partido Novo à frente do Palácio Tiradentes. Ao projetar o novo mandato, que passará a exercer em 1° de janeiro, Zema falou em melhorias no trânsito por meio da ampliação do metrô e da construção do Rodoanel Metropolitano.
"Vamos ter duas grandes obras em Belo Horizonte, que vão mudar por completo o cenário da capital", garantiu.
Apesar do otimismo do governador com o Rodoanel, prefeituras da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) questionam a condução do caso. Ha queixas, inclusive, sobre o traçado da nova via, custeada com parte do dinheiro pago pela Vale após a tragédia de Brumadinho, em 2019.
"Essas duas obras serão as maiores da Região Metropolitana nas últimas décadas. Vão melhorar muito o trânsito e a vida de quem mora aqui", assinalou Zema.
Vice quer debater transporte metropolitano
Durante o evento, o vice-governador eleito, Mateus Simões (Novo), defendeu a ampliação da interlocução com as prefeituras da Grande BH. Segundo ele, é preciso encontrar formas de rediscutir os contratos com empresas que prestam o transporte coletivo intermunicipal.
"É um esforço que esperamos que toda a região metropolitana possa fazer conosco", conjecturou.
Segundo Simões, as administrações municipais e o governo do estado precisam pensar, conjuntamente, em mudanças na política de transporte entre as cidades. Para o futuro vice de Zema, há a necessidade de facilitar, por exemplo, a lógica de baldeações.
Nesse sentido, para o próximo ciclo, o governo planeja tirar do papel os planos de criar a Agência Reguladora de Transporte de Minas Gerais (Artemig).