O ex-governador da Bahia e futuro ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta terça-feira (20/12) que a estrutura dos 37 ministérios do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já está pronta. Segundo o futuro ministro, o anúncio dos nomes dos ministros que irão compor a Esplanada deverá ser feito por Lula ainda esta semana.
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Ministros já anunciados
Apenas cinco nomes foram divulgados na semana passada, como o de Fernando Haddad para o Ministério da Fazenda; Flávio Dino para o Ministério da Justiça; Rui Costa para a Casa Civil; José Múcio Monteiro para o Ministério da Defesa e Mauro Vieira para Relações Exteriores.
Além disso, a cantora Margareth Menezes confirmou que aceitou o convite para o Ministério da Cultura e nesta segunda foi decidido em reunião o nome do senador eleito Camilo Santana (PT-CE) para o Ministério da Educação.
Costa destacou ainda que as pastas foram desenhadas de modo a não elevar as despesas e sem a criação de novos cargos, exceto a de ministros.
"Vai ter o mesmo custo. A delegação que Lula me deu foi para ampliar 37 ministérios sem elevar o custo. Apesar de alguns duvidarem disso, nós conseguimos fazer. Quero dar a boa notícia, isso já está concluído e já está feito sem haver criação de cargos. Fora o cargo dos ministros, toda estrutura foi feita a partir do remanejamento das estruturas existentes."
"É um esforço grande porque significa inclusive a diminuição de cargos em relação ao que era antes. Conseguimos finalizar e cada ministro que for nomeado receberá o 'kit ministro' com seu organograma, onde vai ficar, tudo que ele precisa para trabalhar depois da posse", completou.
PEC da Transição
Em relação à PEC da Transição, o futuro ministro repetiu que o projeto continua sendo o plano principal do governo. "O objetivo é esse, chegar ao entendimento, aprovar a PEC e inaugurar um novo momento de diálogo público, republicano, transparente com o Congresso, com a Câmara e com o Senado." Segundo ele, a equipe de transição está dialogando para chegar ao que seja melhor para o país.
"As coisas estão sendo cuidadas, as reuniões que estão sendo feitas. O governo está buscando diálogo, entendimento. A questão principal é cuidar da nação, cuidar do país e o nosso objetivo é que todo mundo colabore, ajude. O Senado ajudou e a nossa expectativa é que a Câmara também ajudará", afirmou.
O futuro ministro da Casa Civil destacou ainda que Lula cumprirá a promessa de se encontrar com governadores e prefeitos de todo o país.
"Está previsto para janeiro. O presidente quer reunir com os governadores para já fazer a pauta e a agenda que ele se comprometeu. Ele quer fazer uma governança, um diálogo permanente com os governadores e nós ajudaremos a construir junto com o Ministério das Relações Institucionais e a Secretaria de Governo", disse.
Ele apontou o enfraquecimento do Pacto Federativo na atual gestão de Jair Bolsonaro (PL) e prometeu o retorno do 'diálogo' com os entes federais e municipais.
"Isso para nós tem um valor grande e a gente vai querer restabelecer isso porque, infelizmente, ao longo desses últimos anos, isso se perdeu. Desde que tiraram a Dilma não se tem mais diálogo com o Pacto Federativo, com estados e municípios, e houve infelizmente uma quebra desse pacto e ao contrário, se fez foi muita perseguição aos estados. Nós estamos querendo restabelecer a relação republicana de diálogo, de estabelecimento de prioridades de governo, até porque muita coisa que nós pretendemos fazer e vamos fazer é importante que seja feito dando capilaridade a essas ações no diálogo com o governador e prefeitos. O padrão vai mudar completamente. Vai voltar a ter um padrão de diálogo, discutir as ações do governo com os entes federados."
Perguntado sobre a relação com o atual chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), Rui Costa relatou que ele se dispôs a auxiliar. "Civilizado, ótimo, de alto nível. Não tem do que reclamar. Ele é um senador, me atendeu de forma muito cordial e se dispôs a fazer tudo que fosse necessário e vamos continuar dialogando", disse.
Já a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), que participou da reunião do conselho político da transição, confirmou o nome de pelo menos 33 ministérios. Segundo ela, a demora em anunciar os ministros ocorre pela amplitude de partidos que o governo precisa abarcar.
"É um governo amplo, com 14 partidos. É uma engenharia que não é muito simples. A definição de um ministério passa por muito debate e conversando com muitos fatores", concluiu.