O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) afirmou, nesta quinta-feira (22/12), que o grupo escolhido para fazer a transição do governo Lula (PT) encontrou um "quadro difícil e triste" ao se deparar com a situação do país deixada por Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi feita durante apresentação do relatório final de transição.
Ele destaca um cenário preocupante na educação brasileira e os desafios para a futura gestão. "Tivemos um enorme retrocesso. A aprendizagem diminuiu, a evasão escolar aumentou e os recursos ficaram congelados", apontou.
O chefe da transição também criticou o movimento "antivacina" e afirmou que a saúde vive um retrocesso sem precedentes. "A má condução da gestão fez com que o Brasil tivesse quase 11% das mortes por covid nessa pandemia", disse.
Ele ressaltou, ainda, a queda na cobertura vacinal. "A poliomielite, por exemplo, 50% das crianças não foram vacinadas no reforço. Há um grande desafio pela frente", destacou.
Na área de habitação, o novo programa habitacional deixou de fora as famílias mais pobres, aquelas com renda familiar de até R$ 1,8 mil, conhecidas como faixa 1. "Praticamente zerou essa faixa, que é a mais importante do ponto de vista social. Se tirou a possibilidade de casa própria às famílias de menor renda", disse Alckmin.
A flexibilização de armas na gestão Bolsonaro foi apontada como responsável pelos números recordes de mortes de mulheres.
O relatório também aponta aumento de 59% do desmatamento na Amazônia entre 2019 e 2022.