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Estado de Minas RELAÇÕES EXTERIORES

Transição diz que Bolsonaro acirrou disputas pela América do Sul

Relatório realizado pelo novo governo aponta 'erro estratégico' nas relações do Brasil com outros países


22/12/2022 12:14 - atualizado 22/12/2022 14:59

Presidente Jair Bolsonaro
Documento ainda ressalta sobre teorias conspiratórias e descaso do governo de Jair Bolsonaro na pandemia (foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O relatório final do gabinete do governo de transição afirma que o governo Bolsonaro cometeu um "erro estratégico" ao isolar a Venezuela e transformou "a América do Sul em palco da disputa geopolítica entre Estados Unidos, Rússia e China".


Segundo o documento obtido pela Folha de S.Paulo, que foi encaminhado aos futuros ministros, ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e ao vice eleito, Geraldo Alckmin, o governo Bolsonaro desestimulou a integração do Brasil com seus países vizinhos, o que resultou no "desmonte da UNASUL, na saída da CELAC e no crescimento de forças favoráveis ao desmantelamento do MERCOSUL enquanto união aduaneira."


O futuro chanceler, Mauro Vieira, já afirmou que a reaproximação com os países da América Latina será prioridade do Itamaraty no governo Lula. Vieira disse também que haverá restabelecimento de relações com a Venezuela.

O futuro governo Lula, assim como os governos Lula e Dilma anteriores, acreditam ser importante manter os "canais de interlocução" com o chavismo e o ditador Nicolás Maduro para ajudar na pacificação política do país. "De catalisador de processos de integração, o país passou a ser fator de instabilidade regional".

Críticas a postura do Itamaraty Bolsonarista

O documento também critica "a participação desastrada em alianças ultraconservadoras"- o Itamaraty bolsonarista se alinhou a países como Polônia e Hungria, em uma aliança "cristã ocidental" em foros multilaterais em questões como saúde reprodutiva e direitos das mulheres.


O governo de transição afirma que o Brasil, ao adotar posições negacionistas "perdeu protagonismo em temas ambientais, desafiou esforços de combate à pandemia e promoveu visão dos direitos humanos inconsistente com sua ordem jurídica".

O ex-chanceler Ernesto Araújo era cético em relação à existência dos mudanças climáticas e achava se tratar de mais uma estratégia do globalismo para interferir na soberania das nações.

O presidente Jair Bolsonaro foi um negacionista da Covid e o Brasil teve uma guinada brusca em seus posicionamentos na ONU, deixando de condenar, por exemplo, os assentamentos israelenses e o embargo americano a Cuba.


O grupo de trabalho encerra seu diagnóstico alertando para a dívida do Brasil com organizações internacionais, atualmente em RS$ 5,5 bilhões. A dívida "representa grave prejuízo à imagem do país e à sua capacidade de atuação e compromete severamente sua política externa".

"Se um valor mínimo dessa dívida não for pago ainda no atual exercício, haverá perda de voto em organizações como a ONU, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT)"

 


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